Então não tem razões de queixa, porque na arqueologia a maioria do pessoal que trabalhava a recibos verdes desistiu da arqueologia porque tiveram prejuízos, muitas vezes quase que se paga para trabalhar.
Empresas com escritórios e empregados, essa deve ser piada de certeza.
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1. precariedade em arqueologia (jose sampaio)
2. Re: precariedade em arqueologia (Alexandre Monteiro)
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Message: 1
Date: Mon, 23 Aug 2021 18:07:37 +0100
Subject: [Archport] precariedade em arqueologia
Message-ID:
Content-Type: text/plain; charset="utf-8"
Caros colegas,
Alguém disse nesta discussão que a resolução passa por denunciar cada vez
mais ao sindicato. Mas realmente para que?
O que tem conseguido o sindicato nestes anos pelos arqueólogos que
trabalham a recibos verdes em arqueologia preventiva?
Até ao momento não vi grandes alterações desde que sai da faculdade nos
anos 90. Já nessa altura se falava em sindicatos, greves e ordens
profissionais.
No meu entender, o sindicado tem aqui uma oportunidade única de finalmente
fazer a diferença. Em vez de trabalhar contra as empresas de arqueologia,
deveria antes trabalhar juntamente com elas, de forma a criar condições
reais e duradouras de mudança e estabilidade para os profissionais de
arqueologia.
Porquê o STARQ ainda não promoveu uma concertação social entre as empresas
tutela e sindicato? Não seria talvez essa a única forma de as empresas
conseguirem em conjunto criar acordos para melhorar as condições salariais?
As empresas de arqueologia, assim como os arqueólogos não são ricas.
Trabalham mensalmente para conseguir fechar o mês. A margem de lucro nos
orçamentos é irrisória e os impostos estrangulam a quase totalidade de
dinheiro de tesouraria.
Uma empresa que tente executar o caderno reivindicativo elaborado pelo
STARQ teria de aumentar os seus orçamentos para mais de 5.000,00? mês de
acompanhamento arqueológico e mais de 500,00? do m3 de escavação
arqueológica. Uma vez que além de cumprir com o caderno reivindicativo do
STARQ, tem ainda de pagar impostos, despesas de escritório, seguros,
relatórios, estudo de materiais, publicações, outros funcionários
administrativos, deslocações, alojamentos, alimentação.
Nenhuma empresa, por mais boa vontade que possa ter, pode sozinha, aumentar
os orçamentos para valores que realmente lhes possibilita dar condições
dignas aos seus funcionários e colaboradores externos a recibos verdes. À
semelhança dos profissionais de arqueologia, as empresas não dialogam entre
si de forma a criar uma associação, ou reais alterações.
A única solução passará por uma tentativa do STARQ promover uma concertação
social que defina um acordo base entre empresas, sindicato e tutela.
José Sampaio
-------------- pr?a parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
URL: /mhonarchive/archport/attachments/20210823/ff20c757/attachment.html
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Message: 2
Date: Mon, 23 Aug 2021 18:35:49 +0100
Subject: Re: [Archport] precariedade em arqueologia
Message-ID:
Content-Type: text/plain; charset="utf-8"
A margem de lucro nos orçamentos é irrisória porque as empresas competem
entre si para ver quem apresenta o orçamento mais baixo.
Infelizmente, o sistema foi desenhado para privilegiar os donos de obra ao
invés da salvaguarda do património.
Por outro lado, há por vezes exigências aos promotores que são
desnecessárias -e onerosas - para o fim em vista: impedir a destruição de
património público para benefício de actividades privadas.
Na verdade, o que deveria haver era uma listagem tabelada de preços de
trabalhos arqueólogicos por unidade de terreno/meio/potencial
arqueólogico/tipo de intervenção. Tipo: uma prospeção de um terreno
agrícola em Serpa, com 2 hectares, são 7000 euros. Um EIA no to Sado são 10
euros por metro quadrado até aos 15 metros e etc.
Esse valor deveria ser cobrado à cabeça ao promotor pela tutela.
Os trabalhos arqueológicos deveriam então ser adjudicados pela tutela (por
sorteio? à vez?) entre todas as empresas de arqueologia que detivessem o
alvará apropriado para essa intervenção, alvará esse que só seria outorgado
mediante a satisfaçao de determinadas condições e que seria também o aval
das suas capacidades técnicas (urbana, subaquática, pre-história, etc).
Assim, evitavam-se as pressões dos donos das obras e o esmagamento dos
orçamentos. E dignificava-se a profissão. E os profissionais.
Em segunda-feira, 23 de agosto de 2021, jose sampaio <
Caros colegas,
Alguém disse nesta discussão que a resolução passa por denunciar cada vez
mais ao sindicato. Mas realmente para que?
O que tem conseguido o sindicato nestes anos pelos arqueólogos que
trabalham a recibos verdes em arqueologia preventiva?
Até ao momento não vi grandes alterações desde que sai da faculdade nos
anos 90. Já nessa altura se falava em sindicatos, greves e ordens
profissionais.
No meu entender, o sindicado tem aqui uma oportunidade única de finalmente
fazer a diferença. Em vez de trabalhar contra as empresas de arqueologia,
deveria antes trabalhar juntamente com elas, de forma a criar condições
reais e duradouras de mudança e estabilidade para os profissionais de
arqueologia.
Porquê o STARQ ainda não promoveu uma concertação social entre as empresas
tutela e sindicato? Não seria talvez essa a única forma de as empresas
conseguirem em conjunto criar acordos para melhorar as condições salariais?
As empresas de arqueologia, assim como os arqueólogos não são ricas.
Trabalham mensalmente para conseguir fechar o mês. A margem de lucro nos
orçamentos é irrisória e os impostos estrangulam a quase totalidade de
dinheiro de tesouraria.
Uma empresa que tente executar o caderno reivindicativo elaborado pelo
STARQ teria de aumentar os seus orçamentos para mais de 5.000,00? mês de
acompanhamento arqueológico e mais de 500,00? do m3 de escavação
arqueológica. Uma vez que além de cumprir com o caderno reivindicativo do
STARQ, tem ainda de pagar impostos, despesas de escritório, seguros,
relatórios, estudo de materiais, publicações, outros funcionários
administrativos, deslocações, alojamentos, alimentação.
Nenhuma empresa, por mais boa vontade que possa ter, pode sozinha,
aumentar os orçamentos para valores que realmente lhes possibilita dar
condições dignas aos seus funcionários e colaboradores externos a recibos
verdes. À semelhança dos profissionais de arqueologia, as empresas não
dialogam entre si de forma a criar uma associação, ou reais alterações.
A única solução passará por uma tentativa do STARQ promover uma
concertação social que defina um acordo base entre empresas, sindicato e
tutela.
José Sampaio
-------------- pr?a parte ----------
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Fim da Digest Archport, volume 215, assunto 36**********************************************