[Archport] Sobre o texto de Rui Mataloto
Sobre a intervenção de Rui Mataloto:
Este é um ponto chave que há muito defendo, o reforço do poder da Tutela (meios humanos e materiais) para uma fiscalização rigorosa do cumprimento dos Trabalhos Arqueológicos em curso. Algo que actualmente é impossível de ser assegurado por escacez de
recursos.
A auto-regulação do mercado, a cargo das empresas, claramente não funciona.
Caso existisse uma cultura empresarial forte na área, talvez fossem os próprios empresários a denunciar incumprimentos lesivos da parte da concorrência, mas infelizmente impera a mentalidade de:
"Não vale a pena arranjar atritos, pois eles são maiores e depois deixam de nos subcontratar...além do mais até somos velhos amigos de faculdade".
A exigência de uma arqueologia de qualidade levaria a orçamentos realistas e à contratação de profissionais com boa formação (produtividade e qualidade vs quantidade como R. Mataloto menciona).
A ideia que hoje impera, de contratar arqueólogos, para desempenharem simultaneamente as funções de servente e de técnico especializado, por um preço abaixo do valor pago a um servente da construção civil, tem mesmo que acabar, pois apenas serve os interesses
dos empresários.
Porém isto é uma luta que cabe aos próprios arqueólogos. O primeiro passo é tomar consciência e assumir a existência desta injustiça e o segundo é usar/criar meios para a resolver (ex. STARQ).