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[Atped] artigo no jornal Público sobre o leitor de ecrã NVDA

To :   <atped@ml.ci.uc.pt>
Subject :   [Atped] artigo no jornal Público sobre o leitor de ecrã NVDA
From :   luís barata <lbarata@ci.uc.pt>
Date :   Wed, 6 Oct 2010 14:24:38 +0100

Dois programadores informáticos australianos, ambos cegos, desenvolveram um leitor
de ecrã gratuito, que pretende facilitar o uso de computadores por invisuais e pessoas
com pouca visão. A aplicação está disponível em português.
James Teh, um dos responsáveis pelo projecto
James Teh, um dos responsáveis pelo projecto
 (Queensland University)
O problema, explicou James Teh, um dos programadores, é que os programas deste género
têm de ser comprados, fazendo com que uma pessoa invisual tenha de gastar mais dinheiro
do que as restantes para usar um computador (os sistemas operativos mais populares,
porém, já têm integradas funcionalidades para serem usados por pessoas com necessidades
especiais de acessibilidade e há alguns outros leitores de ecrã gratuitos).
?Uma pessoa que vê tem como dado adquirido que se pode sentar a um computador e usá-lo?,
observou Teh, citado num comunicado da Universidade de Queensland, na Austrália,
onde estudou. Mas isso já não acontece com um invisual, notou, sublinhando ainda
que é quando são estudantes e mais precisam de usar o computador que tipicamente
as pessoas menos dinheiro têm para gastar ? um problema com que o próprio programador
se deparou.
A aplicação, chamada
NonVisual Desktop Access
 (funciona apenas em Windows), é, para além de gratuita, de código-fonte aberto,
o que significa que pode ser alterada por qualquer pessoa com os conhecimentos técnicos
suficientes.
Uma voz computorizada lê as palavras à medida que o cursor passa por elas. Por exemplo,
passar o cursor sobre um ficheiro faz com que leia o nome desse ficheiro. E o mesmo
acontece com os menus do sistema operativo ou das diferentes aplicações que o utilizador
tenha abertas.
O programa vocaliza ainda outro tipo de informação útil (é o caso do tipo de letra
e a formatação de um documento de texto, bem como os erros ortográficos). O utilizador
pode decidir que informação quer que lhe seja lida (por exemplo, para evitar que
a leitura fluida de um texto seja interrompida pela informação sobre a formatação).
A aplicação tem também integrada uma forma de assinalar a posição do cursor, ao emitir
um som progressivamente mais agudo à medida que o cursor se aproxima do topo do ecrã.
O programa pode ser armazenado e usado directamente a partir de uma pen USB, não
sendo necessária a instalação no computador, o que é faz com que possa ser usado
em computadores públicos, onde não seja possível instalar
software
, como acontece em escolas, por exemplo.
Voluntários traduziram o NonVisual Desktop Access para mais de 20 línguas, entre
as quais o português (do Brasil e de Portugal). Não apenas os menus de configuração
do programa podem ser usados nessas línguas, como as vozes disponíveis para leitura
se adaptam a ler elementos noutras línguas que não o inglês ? em português, o resultado
é uma leitura perfeitamente perceptível, mesmo de textos complexos.
O projecto não tem fins lucrativos e conseguiu um apoio financeiro da Fundação Mozilla,
a organização por trás do
browser
 Firefox. A aplicação pode ser descarregada em www.nvda-project.org.
Luís Barata
Universidade de Coimbra ? Administração
Departamento Académico ? Divisão Técnico-Pedagógica
Apoio Técnico-Pedagógico a Estudantes Deficientes
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