Cristina Robalo Cordeiro versus João Gabriel Silva.
Um deles será o próximo reitor da Universidade de Coimbra (UC), eleito pela
primeira vez pelo Conselho Geral. A reunião dos 35 elementos, 10 deles externos
à UC, tem início marcado para as 11h00. No final, será conhecido o sucessor de
Fernando Seabra Santos, há oito anos (e dois mandatos) na liderança da mais
antiga universidade portuguesa. Ao longo da campanha, aquela que é a primeira
candidata ao cargo de reitor da UC insistiu que o seu objectivo é reforçar o
papel da universidade como referência internacional na área de investigação e do
ensino. Também João Gabriel Silva, director da Faculdade de Ciências e
Tecnologia, está de olhos postos no exterior, insistindo na necessidade de
afirmar a UC, fazendo dela um motor de desenvolvimento do país. É caso para
dizer que ninguém pode cantar vitória antes do ?apito final? e que a votação
será renhida, com os cinco representantes dos estudantes a surgirem com um papel
determinante entre os 18 representantes dos professores e investigadores, dos
dois elementos não docentes e não investigadores e das 10 entidades externas,
como o presidente do Conselho Geral, Artur Santos Silva, António Almeida Santos
(fundador do PS), Maria de Belém Roseira (ex-ministra da Saúde) ou Gonçalo
Quadros (Critical Software).
CRISTINA ROBALO CORDEIRO
Governação dialogante com
foco na investigação científica Considera o actual reitor «um visionário» e, se
hoje merecer a preferência da maioria dos elementos do Conselho Geral, não tem
pudor em afirmar que pretende consolidar o que Seabra Santos começou, mas também
corrigir o que, na sua opinião, está menos bem. Cristina Robalo Cordeiro destaca
a investigação científica como prioridade para a afirmação da Universidade de
Coimbra, considerando que é também determinante rever o processo de Bolonha.
Para isso, propõe a ?Estratégia de Coimbra?, que incluirá a posição da UC face
às exigências de Bolonha.
A marca que pretende deixar é a de «uma governação dialogante, de entendimento, de procura de consensos, de gestão partilhada», a que junta a humanização e a união de esforços para fazer face à crise financeira da UC, mas também do país e a nível internacional. «Sinto que tenho esse poder de liderança», adiantou a ainda vice-reitora durante a audição pública, em que também prometeu uma equipa reitoral representativa de todas as faculdades e com novos pelouros. O financiamento do ensino superior é um problema que a preocupa. «É um facto que vivemos numa conjuntura particular, que não podemos criar castelos no ar, viver à sombra das utopias irrealizáveis, o que não quer dizer que a UC não tenha de ser financiada de outra maneira. A UC não é uma universidade qualquer», afirma, certa que a instituição «merece outro tipo de reconhecimento». Por isso, se for eleita, vai pedir uma audiência ao ministro da Ciência e do Ensino Superior e ao primeiro-ministro, José Sócrates. Seja como for, e como as propinas ? que promete não aumentar ?, juntamente com o financiamento público, chegam apenas «para pagar salários», defende uma aposta nas receitas próprias, «num investimento criterioso nos projectos europeus», mas também na diminuição das despesas, racionalização de custos e aposta no Turismo como fonte de auto-financiamento. Nesta lógica, Cristina Robalo Cordeiro salienta a importância do Centro de Serviços Comuns. «É preciso transformar o mito de Coimbra, de torre de marfim, e fazer dos 700 anos um ponto a nosso favor», afirmou, admitindo que a «morosidade do sistema administrativo, da tomada de decisão», é um ponto negativo que importa combater. Um domingo em família como todo os outros
Serena e confiante. Cristina Robalo Cordeiro passou um fim-de-semana até «mais tranquilo» do que os últimos, muito dedicados à preparação da campanha. Ontem, como é habitual, recebeu grande parte da família em sua casa e, à hora em que falou ao Diário de Coimbra, estava precisamente a meio da preparação do almoço. Ao reafirmar a «serenidade», aquela que poderá vir a ser a primeira reitora da Universidade de Coimbra confessou que está «muito confiante» na eleição, que será ponto único da reunião do Conselho Geral, com início marcado para o final da manhã de hoje. JOÃO GABRIEL SILVA
Por uma UC com ? voz?
em Portugal e no mundo «O meu sonho é ter uma UC de referência em termos
europeus e acho que temos condições para isso». João Gabriel Silva sabe bem o
que quer para a Universidade de Coimbra: «Que todas as pessoas que vêm cá
reconheçam que dificilmente encontrariam uma universidade onde pudessem aprender
melhor». Hoje espera conquistar os votos do Conselho Geral e transformar-se no
primeiro reitor eleito depois das alterações decorrentes do novo Regime Jurídico
das Instituições do Ensino Superior.
Na opinião do director da Faculdade de Ciências e Tecnologia, «as universidade são cada vez mais reconhecidas pelo conhecimento que produzem nas várias áreas», por isso, está «perfeitamente convencido de que a nossa capacidade de produção de conhecimento será a base para a nossa afirmação». Mas não só. O candidato gostaria de ver a UC mais envolvida nas «grandes questões» do país, nos «assuntos decisivos», por isso, promete uma «atitude mais proactiva» para que a universidade tenha «uma voz», como interlocutor «mais válido». A «grande instabilidade» do financiamento público ? só em 2011 há uma redução de oito milhões de euros - «torna extremamente limitada» a gestão e o planeamento da instituição, no entanto, José Gabriel Silva está convencido de que se a UC conseguir «manter a sua missão de universidade produtora de conhecimento» e «motor de desenvolvimento da sociedade», será difícil o Estado deixar de lhe dar «os recursos necessários». Ainda assim, considera determinante a universidade encontrar formas de auto-financiamento e de obtenção de receitas adicionais, que poderão beneficiar dessa abertura ao exterior. Em total desacordo com qualquer corte nos apoios sociais, o director da FCTUC promete «tentar maximizar uma fracção das propinas» a favor dos estudantes, apesar de admitir que é «uma das áreas onde existe pouca escolha». João Gabriel Silva coloca a agilização do Centro de Serviços Comuns da Universidade como outra das suas prioridades e garante que, se for hoje eleito, não pretende ser um reitor ?D. Quixote?, que vai sozinho à luta. Aliás, perspectiva constituir uma equipa reitoral «claramente superior» à de Seabra Santos. Domingo sossegado e com subida à Torre
João Gabriel Silva passou um fim-de-semana «sossegado» e «perfeitamente descansado», mas com uma ?pitada? de adrenalina à mistura. «Só é pena é que esteja a chover, senão dava para passear mais», adiantou ao Diário de Coimbra. Mas nem o mau tempo o demoveu de subir ontem ao cimo da Torre da Universidade e ver a cidade numa perspectiva pouco habitual, no âmbito de uma iniciativa que marcou o arranque das visitas regulares ao principal ex-libris de Coimbra. Sobre a eleição de hoje, pouco disse: «Estou tranquilo». Luís Barata
Universidade de Coimbra ? Administração Departamento Académico ? Divisão Técnico-Pedagógica Apoio Técnico-Pedagógico a Estudantes Deficientes Palácio dos Grilos ? Rua da Ilha | 3000-214 COIMBRA ? PORTUGAL Tel.: +351 239 857 000 | Fax: +351 239 857 012 E-mail: atped@dtp.uc.pt www.uc.pt/depacad/atped | www.uc.pt/administracao Este e-mail pretende ser amigo do ambiente. Pondere
antes de o imprimir!
A Universidade de Coimbra dá preferência a produtos e serviços com menor impacto ambiental. |
Mensagem anterior por data: [Atped] Fw: Museu da Ciência da Universidade de Coimbra no facebook | Próxima mensagem por data: [Atped] diário de Coimbra - universidade de coimbra |
Mensagem anterior por assunto: [Atped] diário de coimbra - Concerto de Natal da | Próxima mensagem por assunto: [Atped] diário de coimbra de hoje |