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[Museum] Objeto e Energia: gestão do objecto em Património

To :   museum <museum@ci.uc.pt>
Subject :   [Museum] Objeto e Energia: gestão do objecto em Património
From :   Pedro Pereira <pedropereiraoffic@outlook.com>
Date :   Mon, 27 Jun 2022 21:45:24 +0000

 

 

 

 

Mesa-Redonda

 

OBJECTO E ENERGIA

A gestão do objecto patrimonial após a exposição realizada em 2010 na Fondazione Giorgio Cini por ocasião da 12ª Bienal Internacional de Arquitetura em Veneza

 

coord. Pedro Manuel-Cardoso

Sítio do Impronuncialismo, Jardim do Campo Grande, Lisboa

28 junho 2022

 

 

Texto que introduz o debate nesta mesa-redonda:

 

É impossível a apropriação da «energia». A «forma» é uma maneira de se controlar-usar-transferir a «energia», que nunca consegue dominá-la ou apropriar-se dela. Logo, essa condição energética indomável está presente em qualquer «objecto» (material ou imaterial) sujeito a uma formalização-materialização-representação. Assim sendo, um «objecto patrimonial» possui sempre uma «energia potencial», que se libertará para usufruto dos visitantes mediante as operações que a sua gestão patrimonial for capaz de realizar. A reflexão sobre como realizar expografias -- tendo em consideração que os objetos são formas de energia que estão em permanente fluxo com os visitantes -- é o objetivo deste debate.

 

 

Argumentos dos autores

 

“Energy cannot be stored – it must be produced moment by moment, second by second. If a large amount of energy is required at any specific moment then more energy must be introduced into the system, leading to a continuous balancing between the supply. (…)” (Aberto Garutti & Luca Celardo, 2011, “Beyond Entropy”, p.112)

 

“The conventional division of scale from big to small is subverted by the continuous emergence of the very big within the very small. Scale is substituted by resolution and architectural scale performs at a number of different and interlinked levels implying that the impact of the architectural intervention is always somewhere else --- simultaneously operating both here and elsewhere. The electric prototype shows how a small detail --- a light bulb --- expressed the global scale, while the simple action of switching a light activates an extended infrastructural network. The chemical prototype reveals how the very act of breathing connects different spatial scales from the molecular transformative to the human scale, and the shrinking Artic glaciers.” (S.R.Pansera, 2011, “Beyond Entropy”, p.109)

 

“The continuous transformation of form suggests a spatial production that does not produce objects rather relationships to context --- with the emergence of the new relationships between objects giving rise to new meanings and programmes. The potential energy prototypes dissolve the concept of the discrete work through a series of proposals that question the possibilities of what an artwork could be.” (S.R.Pansera, 2011, “Beyond Entropy”, p.51)

 

“The Cybermohalla Hub is never finished. It’s an institutional experiment in flux that can grow from one to two to three to four storeys. Space becomes so precarious that separated elements are blended into one and elements like cupboards, shelves, display boards and work desks become load-bearing structures. The institution grows with its production of texts, documents, videos and objects and in a mode that oscillates between production and display.” (Nikolaus Hirsch, p.85)

 

“Although Beyond Entropy began with a decision, the very concept of energy prevents us from drawing anu concrete conclusions as energy transforms each conclusion into a new beginning and opens up new opportunities for thinking and acting. Each end contains both nostalgia for what it lacks and also the promise of the novel and unforeseen.” (S.R.Pansera, 2011, “Beyond Entropy”)

 

 

Informação do contexto

 

«Beyond Entropy: When Energy Becomes Form» (livro publicado por Stefano Rabolli Pansera, 2011, AA Publications, Pössneck, Germany) foi um programa de investigação de dois anos que procurou definir novos paradigmas na relação entre energia e espaço.

A primeira fase do programa consistiu numa série de palestras na Associação de Arquitetura de Itália, com Giovanni Anceschi, Massimo Bartolini, David Claerbout, Martin Creed, Wilfredo Prieto, Vid Stojevic e Roberto Trotta. Depois, desenvolveu-se através de uma colaboração entre equipas de artistas, arquitetos e cientistas focados em oito formas específicas de energia:

Energia Química (Nina Canell, Amanda Chatten)

Energia Mecânica (Shin Egashira, Andrew Jaffe)

Energia e Massa (Ruben Azevedo, Ariel Schlesinger, Vid Stojevic)

Energia Gravitacional (Peter Coles, Eyal Weizman)

Energia Elétrica (Guiseppe Celardo, Alberto Garutti)

Energia Potencial (Peter Liversidge, Julian Loeffler, Roberto Trotta)

Energia Térmica (Dave Clements, Wilfredo Prieto, Inês Weizman)

Energia e Som (Massimo Bartolini, Dario Benedetti, Ricardo Rossi)

Após uma visita ao CERN em Genebra, as várias equipas que participaram no programa construíram uma série de protótipos que questionaram a relação entre energia e forma. O desenvolvimento destes protótipos aconteceu simultaneamente em várias localidades europeias: Paris, Londres, Berlim, Milão e Barcelona.

Em agosto de 2010, os protótipos foram expostos na Fondazione Giorgio Cini, como parte dos eventos realizados por ocasião da 12ª Bienal Internacional de Arquitetura em Veneza. O simpósio aprofundou os resultados dessa investigação, reunindo contributos de Hans Ulrich Obrist, Reiner de Graaf, Toni Negri, Charles Jencks, Mateo Pasquinelli e Ricky Burdett. [in Stefano Rabolli PANSERA, 2011, "Beyond Entropy", Apêndice, pp.159-160]

 

 

 

Pedro Manuel-Cardoso

 

 

 


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