Lista museum

Mensagem

[Museum] Os museus encarcerados na prisão humana | Debate e Exposição | 02 setembro 2024

To :   museum <museum@ci.uc.pt>
Subject :   [Museum] Os museus encarcerados na prisão humana | Debate e Exposição | 02 setembro 2024
From :   Pedro Pereira <pedropereiraoffic@outlook.com>
Date :   Fri, 30 Aug 2024 19:33:19 +0000

 

 

 

MUSEU DO SER-HUMANO

 

Coord. Pedro Manuel-Cardoso

Conselho Consultivo : Elísio Summavielle, Kevin Shirley, João Azenha da Rocha, Maria Isabel Tristany, Vitor Malburg Patrianova

 

Os museus encarcerados na prisão humana

 

Debate e Exposição

 

 

Poderão os museus, algum dia, sair da casa dos horrores e terrores que a espécie humana construiu para si, e para o seu viver?

 

A casa constituída pela inexorabilidade da «dualidade opositiva, inversa, isomorficamente simétrica, em permanente conflito».

 

Esses dois lados são apresentados como o tudo, e o espaço todo da Vida. Expressam o ‘programa’ (software) inculcado na espécie humana, a que a Natureza a condenou. Concretamente:

--- O horror de «viver no Social» (por ex., a obrigatoriedade de viver numa pequena aldeia, ou numa outra qualquer pequena comunidade noutro lugar qualquer), é exactamente igual ao terror de «viver no Individual» (por ex., num bairro urbano, numa cidade de milhões de miscigenados à força). O horror de «ser Pobre», é exactamente igual ao terror de «ser Rico». O horror de viver no tempo parado da «Paz», é exactamente igual ao terror do tempo de «Guerra». O horror de não querer ter um «Género», é exactamente igual ao terror de ter de ter outro. O horror da solidão (i.e., só conseguirmos ouvir a nossa voz, aquela que não se cala cá dentro), é exactamente igual ao terror da vozearia da festa (i.e., sermos obrigados a rir, a cantar, a comemorar, e a chorar quando os outros estão a fazer isso). O horror de «ser tudo Falso» (i.e., de nos servirmos da modéstia para nos evidenciarmos, da humildade para conquistarmos, da virtude para oprimirmos, da verdade para enganarmos, da certeza para iludirmos, da dúvida para penetrarmos), é exactamente igual ao terror de «ser tudo Verdadeiro» (i.e., de se acreditar que há uma verdade acima de nós e uma certeza absoluta). O horror de algum dia «ter sido colonialista e esclavagista» (i.e., se ter sido educador e genocida dos outros), é exactamente igual ao terror de um dia «se poder ser escravizado e colonizado» (i.e, se perder a soberania e a identidade). O horror de querer ser «Diferente», é exactamente igual ao terror de ser obrigado a ser «Igual». O horror de ser dos «Pró», é exactamente igual ao terror de ser dos «Contra». O horror de ser de «Uns», é exactamente igual ao terror de ser dos «Outros». O horror de querer «Ser», é exactamente igual ao terror de querer «Não-Ser». E, assim, sucessivamente.

 

Os museus, no seu trabalho de musealizar (preservar – documentar/estudar – expor/comunicar – transmitir aos vindouros), têm alguma possibilidade de sair desta casa dos horrores e terrores na qual estão encarcerados?

 

Pedro Manuel-Cardoso

 

 

 fábrica do Impronunciável

02 setembro 2024

 

 

 

 


Mensagem anterior por data: [Museum] Museu do Ser-Humano: Complexidade e Consciência | Debate e Exposição. Próxima mensagem por data: [Museum] Um invulgar património em vias de se perder
Mensagem anterior por assunto: [Museum] Objeto e Energia: gestão do objecto em Património Próxima mensagem por assunto: [Museum] OUTRA VEZ – numa recente descoberta em 14set2022 – a importância do Património e Museus para a evolução humana