Após o debate ocorrido hoje, 30 de setembro de 2024, no Museu do Ser-Humano, sobre o contributo do ‘número absurdo’ para a musealização do ser-humano, foi decidido acrescentar ao parágrafo final mais algumas linhas. Ficando o texto conforme
a seguir se indica:
“A musealização do esforço humano de procura da compreensão sobre o «aparecimento da Existência» (i.e., «nada+1», sendo ‘nada’¹ 0), conduziu à criação, em matemática, no seio da teoria dos números, do «número absurdo». O aparecimento do «número absurdo»
cria um nível de abstração mais geral do que aquele a que se tinha chegado até ao momento.
O «número absurdo» (A) é obtido pelo cálculo da raiz quadrada de um «número complexo» (C) sobre o inverso de um «número complexo» (inC). Em que, A>C. O «número complexo» inclui os «números reais,
hiper-reais, irracionais, imaginários, transcendentais (os ‘números reais’ que não são algébricos) e
híbridos (a+bi)». Os quais, servem para calcular do infinito(-) ao infinito(+). Ora, o nível de abstração do «número absurdo» consegue ser superior ao de (MIP*=RE >
MIP=NEXT > IP=PSPACE > NP).
A investigação do Museu do Ser-Humano, nesta Exposição e Debate, mostra que a procura do momento de «aparecimento da Existência» expressa-se, a nível empírico, no fenómeno físico de sucessiva perda de matéria (desmaterialização). Observável na perda
de massa e energia do actual corpo humano, durante as sucessivas cópias e recópias do ser-humano. Que se manifesta por sucessivas re-substanciações e mudanças de estado do corpo, à medida que esse ciclo comportamental humano vai alcançando maior êxito na «compreensão
do aparecimento da Existência». Actualmente, esse processo alcançou o nível técnico de «co-evolução ser-humano – máquina», visível no comportamento vulgarmente designado por automação e robotização.
Esse facto físico, de perda de matéria (desmaterialização) até à compreensão do «aparecimento da Existência», é uma consequência do esforço humano de busca dessa compreensão. O «número absurdo», ao conseguir um nível de abstração superior ao actual,
cria a possibilidade de uma fórmula e de uma equação para guiar esse processo de recuo até ao ‘nada’. Permite, inclusive, definir uma ‘derivada’ (um padrão, uma função matemática, uma lógica de acção, ou um invariante) desse movimento, que poderá tornar mais
rápido esse processo de compreensão.
Em suma, considerando a célebre definição de matemática de B. Russel (“Recent Work on the Principles of Mathmatics”, International Monthly, vol.4, 1901), de que a matemática pura consiste em afirmações do tipo, “se tal e tal proposição é verdadeira
de qualquer coisa, então, uma outra proposição de tal e tal é verdadeira dessa coisa”, ou seja, de que a matemática é «qualquer coisa de qualquer coisa até coisa nenhuma», poderíamos definir este trabalho de musealização realizado pelo Museu do
Ser-Humano como sendo «criar fios de lógica, tecendo padrões». Todavia, não se menospreze ou desdenhe esta aparente inutilidade da abstração, pois, é ela que abre a porta para aquilo que, não se sabendo ainda o que é (o impronunciável), se percebe que
existe, e está para além do limite do que agora somos capazes (especificamente, o estado designado por ‘humanidade’). O ‘número’ (entidade matemática) que descobrirmos nesse território desconhecido e impronunciável (como foi o caso deste ‘número
absurdo’), não é uma coisa diferente da Física. Esse ‘número’ que criámos, cumprindo as regras de indução matemática prescritas pela matemática, e, ao invés do que afirmam a maioria dos matemáticos, é uma coisa física (por exemplo, no aclamado livro
de ensino da matemática de Keith Devlin, “Matemática: a ciência dos padrões”, 1994/2002, W.H. Freeman, New York, Scientific American Library, na página 12: “pois, nenhuma das entidades que formam o substrato da matemática existem no mundo físico”),
é uma coisa física. É uma coisa física, e corresponde, obviamente, a uma ‘partícula física’ desse desconhecido existente, dessa Existência existente, que apareceu algures, em algum tempo. É essa condição física comum que permitiu, em 1748, relacionar
na ‘fórmula de Euler’ «0, 1, e, i, pi». Concretamente, (eix = cos x + i sin x) permite escrever a equação (ei.pi + 1= 0). Ou seja, uma relação que une as cinco constantes da matemática. E, provavelmente,
de acordo com a hipótese do Impronuncialismo, será a aceitação de que a matemática (a abstração) é, afinal, um caso particular da Física, que conduzirá à escrita da ‘fórmula de Tudo’ que unificará as ditas quatro forças do
Modelo-padrão. Neste entretanto, durante esse processo de compreensão, ocorre um fenómeno físico. Concretamente, uma mutação nos nossos corpos (i.e., espécie, tipo, padrão, nível cognitivo e lógico). Então, assim sendo, forma-se um 'objecto' musealizável.
Logo, possível de colocar no acervo do Museu do Ser-Humano.”
Pedro Manuel-Cardoso
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