[Archport] Re: Digest Archport, volume 36, assunto 58

["rebeca.sousa sousa" <rebeca.sousa@gmail.com>]

Só é pena que em tanto "paleio" se continue a escrever tão mau português! Como disse o colega João Gomes numa mensagem anterior, os arqueólogos também devem escrever bom português! Aliás recomenda-se vivamente que o façam, como profissionais da área do património fica muito mal que se pratiquem estes "atentados gramaticais" ao nosso património cultural, onde se inclui a língua portuguesa de acordo com a lei Nº 107/2001 que estabelece as bases da política e do regime de protecção e valorização do património cultural!

 

Quanto ao comentário colocado pelo André Gregório, concordo quando ele pergunta porque é que os lesados não se pronunciaram mas sim os assalariados da empresa em questão! Só faço uma pequena correcção: assalariadas! Só verifiquei mensagens de pessoas do sexo feminino (pelo menos a avaliar pelos nomes). Não será esta outra pequena (grande) coincidência?

Mas fiquei a perceber que essas pessoas só tinham razões para o fazer, visto encontrarem-se em situações profissionais diferentes da grande maioria dos arqueólogos. Porém as acusações essas são reais, aliás se essas poucas pessoas têm uma condição salarial melhor, será em parte por serem sacrificados os que trabalham para a mesma empresa a recibos verdes! Alguém tem de ser sacrificado para que se possam cumprir os deveres legais perante os trabalhadores que têm um vínculo contractual com a empresa!

Quem é trabalhador independente nem sequer assina um contrato de prestação de serviços (ou contrato de avença) quando realiza os trabalhos, e esta situação está prevista na lei . Talvez este seja um ponto de partida para que se comecem a resolver alguns dos problemas inerentes aos profissionais independentes de arqueologia. Pelo menos desta forma possuem um documento legal onde estão estipulados os deveres e obrigações de ambas as partes, previamente acordadas. Desta forma quando não fossem cumpridas as promessas verbais das empresas aos arqueólogos que lhes prestam serviços, estes últimos poderiam constestar de outra forma.  

 

Apesar de tudo, continuo a achar que esta situação só tende a agravar-se! Cada vez há mais empresas, novos arqueólogos continuam a sair das faculdades todos os anos, o mercado é cada vez mais pequeno para tanta gente, os honorários terão de baixar obrigatoriamente.......... e claro quem sofre na pele continuam a ser os mesmos!

 

Mas como se costuma dizer, quem cala consente, portanto as vozes da discórdia que continuem activas!

 

Rebeca S.

 

 

On 9/29/06, archport-request@lserv.ci.uc.pt <archport-request@lserv.ci.uc.pt > wrote:

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  4. Fwd: Re: [Archport] Trabalho Digno
     (Carlos Filipe dos Santos Delgado)


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Message: 1
Date: Fri, 29 Sep 2006 12:32:25 +0100
From: "Alexandre Monteiro" < alexandre.monteiro@gmail.com>
Subject: Re: [Archport] Currículo...
To: archport@lserv.ci.uc.pt
Message-ID:
       < f21929bc0609290432gf1cdc9aje4c2e936e545be62@mail.gmail.com" target="_blank"> f21929bc0609290432gf1cdc9aje4c2e936e545be62@mail.gmail.com>
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Um anexo que não estava em formato texto não está incluído...
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Tipo : image/jpeg
Tam  : 2096 bytes
Descr: não disponível
Url  : /mhonarchive/archport/attachments/20060929/36accc8c/image001.jpg
-------------- próxima parte ----------
Um anexo que não estava em formato texto não está incluído...
Nome : image002.jpg
Tipo : image/jpeg
Tam  : 2096 bytes
Descr: não disponível
Url  : /mhonarchive/archport/attachments/20060929/36accc8c/image002.jpg

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Message: 2
Date: Fri, 29 Sep 2006 12:32:36 +0100
From: "Joao Paulo Pereira" < Joaop@inag.pt>
Subject: RE: [Archport] Re:Trabalho Digno
To: <archport@lserv.ci.uc.pt>
Message-ID: <FECB547DCF5F0C4C91887452EF00764F42F626@EXCHANGE2003.inag" target="_blank">FECB547DCF5F0C4C91887452EF00764F42F626@EXCHANGE2003.inag >
Content-Type: text/plain;       charset="iso-8859-1"

Tudo muito bem.
Está visto que se deverá organizar um Sindicato do Arqueólogos, ou dos Profissionais da Arqueologia.
Esqueçam a ordem e a APA que, pelos vistos, não tem pedalada para estas questões.

João Paulo Pereira

Nota: Esta mensagem não implica qualquer compromisso de qualquer tipo da instituição.




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Message: 3
Date: Fri, 29 Sep 2006 12:58:22 +0100
From: mg.pereira@sapo.pt
Subject: RE: [Archport] Trabalho Digno
To: Ricardo Abranches < foto@abranches.com>
Cc: Archport@lserv.ci.uc.pt
Message-ID: <1159531102.4vbz4smor6o0@w10.mail.sapo.pt" target="_blank"> 1159531102.4vbz4smor6o0@w10.mail.sapo.pt>
Content-Type: text/plain; charset="ISO-8859-15"

Parabéns ao colega.
Ainda há quem tenha bom senso e que demonstre a maturidade e educação que o
estatuto de licenciado pressupõe.
Bem-haja pelo exemplo empreendedor.

Cordiais cumprimentos,

Maria Araújo

Citando Ricardo Abranches < foto@abranches.com>:

>
>
> -----Mensagem original-----
> De: Alexandre Monteiro [mailto: alexandre.monteiro@gmail.com]
> Enviada: sexta-feira, 29 de Setembro de 2006 0:12
> Para: Andre gregorio
> Cc: Archport@lserv.ci.uc.pt
> Assunto: Re: [Archport] Trabalho Digno
>
> Se é assim tão fácil abrir uma empresa de arqueologia, porque não
> avançarão
> para essa etapa os arqueólogos que se sentem explorados?
> ----------------------------------------------------------------------------
> ----------------------
>
>
> Ora ate que enfim alguém disse algo de construtivo. Eu mantive a parte desta
> discussão enquanto ela foi anónima, mas agora que estamos a falar como
> pessoas civilizadas já posso contribuir para esta discussão com a minha
> experiência.
>
> Em primeiro lugar deixem-me apresentar-me, o meu nome Ricardo Abranches e
> estou ligado a arqueologia desde 1984, primeiro como voluntário e desde a
> alguns anos como fotografo.
>
> O Alexandre Monteiro oferece realmente a solução para quem se sente
> explorado pelas empresas, e deixem lembrar-lhes que agora podem criar
> empresas sejam elas sociedades ou cooperativas de arqueólogos em menos de
> uma hora. E pelo eu tenho lido aqui é mesmo lamentável que não o façam.
> Porque foi isso que os sócios das empresas de arqueologia fizeram, tal como
> vosses eles são licenciados ou técnicos que em vez de trabalharem para os
> outros, decidiram trabalhar por conta própria. Neste momento já são certa
> de
> 50 as empresas.
>
> O que se calhar as pessoas não sabem é o que significa ter uma empresa,
> seja
> lá de que ramo seja.
>
> Significa que:
>       todos os meses é necessário entregar a seg social 21.5% dos
> ordenados da empresa ( mesmo que não haja dinheiro para pagar ordenados)
>       todos os meses é necessário entregar ao estado o irs retido aos
> funcionários (mesmo que não haja dinheiro para pagar ordenados)
>       todos os meses é necessário pagar os salários aos funcionários (14
> meses, mesmo que não haja dinheiro para pagar ordenados)
>       todos os 3 meses é necessário pagar o IVA ( mesmo que os clientes
> não tenham pago as facturas)
>       todos os anos é preciso pagar o IRC
>       todos os anos é preciso pagar o PEC
>
> Ou seja uma empresa que factura serviços mas não recebe dos seus clientes
> fica numa situação difícil. Esta situação é especialmente agravada no
> caso
> de empresas que fornecem serviços as empresas do estado. É comum o estado
> ter facturas com 10 anos por pagar.
>
> Ou seja, uma empresa para cumprir religiosamente as suas obrigações tem de
> ter óptimos clientes ou então ser formada por gente com algum dinheiro para
> poder emprestar a empresa.
>
> Se calhar é por isso que na empresas que conheço e para a qual trabalho com
> alguma regularidade, ninguém anda de Mercedes, as pickups são para o
> trabalho e são utilizadas quer pelos funcionários da empresa quer pelos
> arqueólogos/técnicos que delas necessitam para o seu trabalho. E essa
> empresa foi a consequência de uma ideia nascida ainda na faculdade.
>
> Já agora, gostava de os convidar a assistir as aberturas de propostas nos
> concursos de arqueologia. Vão com certeza reparar nas enormes diferenças de
> preços para os mesmos serviços.    É para mim o melhor indicador dos
> salários pagos pelas empresas, e como infelizmente há pessoas que aceitam
> trabalhar por tão pouco dinheiro, são essas empresas que ganham os
> concursos, e são essas empresas que sobrevivem, enquanto as outras fecham as
> portas.
>
> Há empresas que por exemplo já não concorrem a trabalhos na cidade do
> Porto,
> pois existem ai empresas que trabalham por tão pouco dinheiro que nem
> compensa saber quais as condições do concurso. Vão desculpar-me, mas que
> aceita trabalhar nessas condições é cúmplice da situação e é tão
> culpado
> como a própria empresa.
>
>
> Só que tal como há "boas" e "más" empresas também "bons" e "maus"
> arqueólogos/técnicos. Por isso a ideia de uma tabela salarial é ridícula,
> ou
> seja um arqueólogo cheio de experiência com capacidade de tomar decisões (
> coisa raríssima a capacidade de no campo face a uma situação nova tomar um
> decisão ) não pode nem deve receber o mesmo que ou outro colega que não
> tenhas as mesmas capacidades. Não queiram nivelar a vossa profissão pela
> mediania.
>
> Em suma, seja qual for a vossa decisão profissional trabalhem e estudem para
> serem como os melhores. Ninguém da nada a ninguém e o mundo dos "crescidos"
> é muito difícil, e as pessoas devem impor-se pela sua competência.
>
>
>
> um abraço
> Ricardo Abranches
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
>
> _______________________________________________
> Archport mailing list
> Archport@lserv.ci.uc.pt
> http://lserv.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport
>





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Message: 4
Date: Fri, 29 Sep 2006 13:15:10 +0100
From: Carlos Filipe dos Santos Delgado < cdelgado.templo@netc.pt>
Subject: Fwd: Re: [Archport] Trabalho Digno
To: archport@lserv.ci.uc.pt
Message-ID: <f625d74e7f36.451d1c5e@iol.pt" target="_blank">f625d74e7f36.451d1c5e@iol.pt >
Content-Type: text/plain; charset="iso-8859-1"

Um anexo em HTML foi limpo...
URL: /mhonarchive/archport/attachments/20060929/e374cb6d/attachment.html
-------------- próxima parte ----------
Uma mensagem embebida foi limpa...
De: Alexandre Monteiro < alexandre.monteiro@gmail.com>
Assunto: Re: [Archport] Trabalho Digno
Data: Fri, 29 Sep 2006 00:12:01 +0100
Tam: 10389
Url: /mhonarchive/archport/attachments/20060929/e374cb6d/attachment.mht

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Fim da Digest Archport, volume 36, assunto 58
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