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[Archport] Circular nº4 (revista) do IPA

Subject :   [Archport] Circular nº4 (revista) do IPA
From :   "ozecarus" <ozecarus@sapo.pt>
Date :   Tue, 30 Jan 2007 23:01:20 -0000

A criação da Circular nº 4 do IPA, de 26 de Junho de 2006 (Documentação fotográfica a constar nos relatórios de trabalhos arqueológicos), obedecendo certamente a um princípio disciplinador na complementarização dos relatórios, veio lançar no meio arqueológico e, em especial, no mundo da arqueologia profissional, dificuldades acrescidas na aprovação dos relatórios apresentados ao IPA.
 
O efeito mais perverso do que era exigido nessa circular, foi o crescimento exponencial dos relatórios aprovados condicionalmente ou pendentes, com o aumento também exponencial de correspondência emitida pelo IPA, e na dificuldade sentida pela maior parte dos arqueólogos (em especial os que produzem dezenas de relatórios por ano), em dar resposta em tempo útil, a essa torrente de cartas emitidas pelo IPA, a dizer "condicionado", "pendente", "de acordo com a circular nº 4", etc.
 
O efeito a curto prazo, foi a revisão dessa circular, a 5 de Janeiro de 2007, que em vez de clarificar e simplificar, ainda lança mais dúvidas do que aquelas que já existiam.
 
Sempre disse, de uma forma clara, ao IPA, o que pensava da Circular nº 4. Nunca me pareceu clara a necessidade de enviar as fotos em formato digital e ao mesmo tempo em papel fotográfico de alta qualidade.
 
Haverá maior fiabilidade e melhor qualidade, nos dias de hoje, que o suporte informático? Há garantia que as fotografias em papel fotográfico de alta qualidade, durem mais de 20 anos sem se estragarem?
 
Em segundo lugar, a confusa obrigatoriedade de uma resolução mínima de 300 DPI's que teria a ver com uma pretensa qualidade e tamanho mínimo dos ficheiros informáticos, não facilitaram em nada a vida aos arqueólogos profissionais.
 
Essa confusão vê-se agravada pela revisão da Circular nº 4, datada de Janeiro de 2007, ao ser pedida uma resolução mínima de 300 dpi's, no formato mínimo de 10 x 15 cm (ou seja, com cerca de 1181x1772 dpis) !!!
 
Para além de uma terminologia confusa, parece-me que existem conceitos mal aplicados.
 
Para esclarecimento, aconselha-se a leitura do interessante artigo do professor universitário José Meira da Rocha, que junto em anexo, e que vou enviar ao IPA, como complemento das dezenas de ofícios a que tenho de responder por falta de fotografias de tamanho de 10 x 15, ou nas dezenas de ofícios a que tenho de responder por falta de fotografias em suporte digital, ou nas dezenas de ofícios a que tenho de responder por falta de fotografias em papel de alta qualidade fotográfica, ou ainda nas dezenas de ofícios a que tenho de responder por o papel não ser de alta qualidade e finalmente, nas dezenas de ofícios a que tenho de responder por as fotografias digitais só terem 72 DPI's.
 
Carlos Batata, arqueólogo
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Title: Pontos por polegada não importam, na internet - Meira da Rocha



Definitivamente: as medidas de DPI não modificam o tamanho dos arquivos de imagens digitais

José Antonio Meira da Rocha
Jornalista, professor universitário

Este é um engano muito comum na literatura sobre imagens digitais para internet. Ano após ano, este mito é passado adiante. O que me permitiu ganhar muitas apostas de cerveja contra webdesigners .

  • O conto é este: 
    Trabalhar imagens a 72 dpi deixaria menor o tamanho do arquivo digital.
  • O fato é este:
    DPIs (dots per inch) referem-se a pontos por polegada no papel. É uma medida que tem como referência a resolução de impressoras. Na internet, esse valor não faz qualquer sentido, porque os monitores não obedecem à medida "polegada", mas à medida "pixel".

Modificar o valor de DPI não faz a menor diferença no tamanho do arquivo digital. Como exemplo, veja as fotos da Suicide Girl abaixo: uma delas foi gravada a 72 DPI e a outra, a 300dpi. Repare como a quantidade de bytes de cada arquivo é idêntica.

108 x 128 pixels
72dpi
14074 bytes

108 x 128 pixels
300dpi
14074 bytes

Comparei os dois arquivos com o Rixcomp, que mostra apenas os bytes que diferem, em dois arquivos. Comparando os dados das imagens, vi que os únicos bytes diferentes entre as duas imagens são 4. Suponho que é onde os valores de DPI são armazenados, numa imagem JPG:

 

O valor de DPI fica nos quatro bytes a partir da posição 0E (hexadecimal) do arquivo JPEG (em decimal, as posições são 14, 15, 16 e 17). Como os números hexadecimais se repetem (0048 e 012C), nos dois arquivos, suponho que a resolução seja para a orientação horizontal e vertical (não conheço as especificações JPEG. Quem souber, deixe um comentário nesta matéria).

Então, pela calculadora do Windows, fico sabendo que a notação hexadecimal 0048 representa a mesma quantidade que a notação decimal 72, e que a notação hex 012C corresponde à notação decimal 300. Isso confirma minhas suspeitas: ali ficam armazenas as informações sobre a escala da foto (os DPI).

A simples mudança destes valores não causa qualquer aumento do tamanho do arquivo digital, pois qualquer valor ocupará sempre 4 bytes.

Por que a informação de DPI existe

A importância dos DPIs vem à tona quando a gente baixa estas fotos e cola no PageMaker (não adianta copiar as imagens pelo botão direito do mouse e colar num programa de edição: você tem que baixar aqueles arquivos que preparei). Como o PageMaker é um programa orientado ao papel, ele adapta o tamanho da fota às DPIs, ao importar imagens:

Embora fossem fotos idênticas, elas foram coladas e consideradas pelo PageMaker com tendo dimensões diferentes. Repare como a foto em 96dpi ficou com quase uma polegada. E a que tem 300dpi ficou com um terço de polegada. Mas repare também que a foto com 300dpi pode ser ampliada 300% e ficar tão boa quanto a foto com 96dpi, já que as duas têm as mesmas dimensões em pixels.

Suspeito que o maior responsável por esse engano (de achar que DPI têm importância em fotos digitais) se deve à interface ambígüa dos programas de tratamento de fotos, feitos para artes gráficas em papel.

Para arte digital, quando se vai reescalonar a foto, a gente deve escolher a opção de "não modificar o tamanho da imagem" (ou algo similar), ao modificar os DPIs. É aí que os webdesigners se perdem...

Mais teoria sobre imagens fixas

  1. Pixels, imagens e arquivos. Site do fotógrafo Normal Koren com mais teoria sobre pixels.

 

 

JPEG image

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