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[Archport] Estado da arqueologia e afins

To :   <archport@ci.uc.pt>
Subject :   [Archport] Estado da arqueologia e afins
From :   Ana Raquel Augusto Policarpo <anaraquelap@hotmail.com>
Date :   Fri, 7 Mar 2008 10:15:47 +0000

Caros colegas,
 
Ao longo de quatro anos de faculdade várias foram as disciplinas cujo programa começava com uma revisão informal da História da Arqueologia em Portugal. Nela aprendíamos quais foram os primeiros investigadores, os primeiros arqueólogos, os primeiros organismos oficiais de regulamentação da nossa área. E ouvíamos também falar de tempos em que os arqueólogos se juntaram e conseguiram a aprovação de uma lei do património, de uma instituição reguladora, da preservação de uma estação arqueológica vs. barragem hidroeléctrica.
 
Nós, os mais novos, não nos lembramos ou não participámos desses primeiros tempos em que tudo estava ainda mais desorganizado do que agora. Mas depois de alguns anos de status quo, parece que chegámos novamente a uma altura em que podemos juntar-nos e proporcionar um novo passo à Arqueologia e Património portugueses. Só não sabemos como. Infelizmente, porque somos dos principais interessados, e afectados, nos dias que correm.
 
Nos últimos dias assistimos nesta lista a uma discussão inteiramente pertinente e legítima. Estranhamente, estamos todos de acordo:
 
- é necessário criar condições para evitar o crescente desprestígio e falta de condições da profissão e dos profissionais de Arqueologia;
- é necessário regular oficialmente os graus das carreiras;
- é necessário criar melhores condições de vínculo laboral, que conduzam a um maior profissionalismo por parte de empresas e arqueólogos/técnicos;
- é necessário definir valores salariais médios realistas que incluam as despesas e os condicionalismos inerentes ao nosso tipo de vida profissional e que evitem a concorrência desleal entre empresas;
- é necessário criar condições para que a distriuição de empregos e o contacto entre empregadores e candidatos se faça de forma organizada e justa (o site do BAJR é um excelente exemplo de que tal é possível);
- é necessário que tudo isto seja feito de forma oficial e vinculativa e, finalmente,
- é importantíssimo não deixar esta questão morrer nas "paredes" deste fórum.
 
Mas... e agora? O que fazemos a seguir?
Esperamos que alguém do Igespar ou do governo leia os nossos posts e decida agir? Criamos uma petição que enumere as nossas preocupações e enviamos a quem de direito? E quem o tem? O Igespar, o Ministério da Cultura?
Organizamos uma reunião entre todos os interessados de onde saia um documento que enuncie os nossos pedidos/exigências e um "plano de acção" para os concretizarmos? E quem organiza essa reunião? O Igespar, a APA? E neste caso, seria útil que todos contactássemos estas instituições no sentido de pedirmos a organização de um tal encontro? Ou devemos esperar que tal aconteça por si, um destes dias?
 
Eu, recém-licenciada, leitora atenta da discussão dos últimos dias e parte integrante da situação que nela se descreveu, não sei a resposta a estas questões. Posso ser ingénua ao colocá-las, mas prefiro pensar que, após discutirmos este assunto e verificarmos que estamos de acordo, poderemos realmente fazer algo. Resta a pergunta... e agora?
 
Raquel Policarpo
 


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