[Archport] Estado da arqueologia

[Jorge Pinho <arqueox@hotmail.com>]

Caríssimos,
tal como referi anteriormente, desconhecia esta mudança da lei que, oportunamente, Alexandre Monteiro nos deu a conhecer. Uma falha minha.
No entanto, insisto nesta matéria pois parece-me que tal será fundamental no actual estado da situação remuneratória. A bem das condições laborais de todos nós, a continuidade e a insistência nos salários baixos é e será sempre uma fonte de problemas, pois como se costuma dizer: "Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão". Desta forma, mesmo que seja criada a Ordem dos Arqueólogos, um sindicato competente e toda uma estrutura laboral digna, a prática de preços meramente simbólicos e em alguns casos ridículos, será sempre motivo de discórdia, protesto e factor de instabilidade. Mesmo, insisto, que todas as outras condições sejam favoráveis, nada mudará se a "especulação invertida" dos preços continuar.
Mais, como exemplo, remeto-vos uma situação clara que se poderá equiparar à nossa situação remuneratória.
 
A Fnac, quando se instalou no território portuguÊs "crashou" completamente o mercado ao praticar escandalosamente preços baixos, matando o mercado concorrente que era partilhado pelas várias cadeias de música portuguesas similares, uma delas a Valentim de Carvalho que acabou por fechar portas anos depois.
A partir do momento que tal sucedeu, sem concorrentes capazes de afrontar o poderoso grupo económico francês e detendo este, a partir daí, todo o mercado que antes era partilhado, iniciou uma subida ímpar e como nunca se tinha visto outrora, dos preços dos seus produtos. Nem mais. Matando o mercado, tornou-se líder, com um poder tal, que nenhuma outra empresa poderia afrontar tal posição dominante.
 
Não sei o que se pretende deste nosso mercado, mas acho que este terá de ser um tema a abordar e discutir oportunamente e deixar de ser tabu. Por isso, seria interessante ouvir e ler a opinião das várias entidades empregadoras, nomeadamente os seus dirigentes. Pois até agora, não se conhece qualquer posição de opinião deste sector. Será porque não interessa discutirmos isto ou por outra razão que nos escapa de momento?
 
Cumprimentos,
Jorge Pinho

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