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Re: [Archport] Arte rupestre vandalizada e em risco

To :   Luiz Oosterbeek <loost@ipt.pt>
Subject :   Re: [Archport] Arte rupestre vandalizada e em risco
From :   Francisco Lemos <sandelemos@gmail.com>
Date :   Wed, 6 May 2009 11:53:56 +0100

Eu não tenho quaisquer poderes institucionais, limitei-me a alertar para a questão. 

Por um lado há o desordenamento florestal que está por resolver há muitas décadas desde os anos 50 do século passado. As recomendações escritas de botânicos portugueses e alemãs nunca chegaram a ser cumpridas. As questões já enunciados nesses  relatórios foram ultimamente agravadas pela dispersão do eucalipto.

Por outro lado Denise Brum Ferreira no texto a que me referi sublinha a tendência, de médio prazo, em Portuga,l para a diminuição da pluviosidade de Primavera com os decorrentes problemas de secas estivais.Salvo erro os primeiros trabalhos de DBF datam de 1995 embora actualmente mais divulgados no volume sobre o Ambiente Físico da GP.

O Luiz Oosterbek em 2003 referiu-se por diversas vezes à necessidade de organizar uma estratégia relativamente á arte rupestre.

Lembro-me que por essa ocasião, preocupado com as gravuras da envolvente de Briteiros, falei com o Fernando Real e ele disse-me que o assunto estava a ser estudado na sequência da proposta do Luiz.

Para os mais interessados nos problemas do território vale a pena ler os relatórios dos botânicos escritos nos anos 40 sobre a melhor estratégia para o desenvolvimento florestal do país, documentos ignorados pelo poder executivo.

Para que servem os alertas, o conhecimento produzido e as propostas apresentadas se as entidades que governam as ignoram? 

FSL



2009/5/6 Luiz Oosterbeek <loost@ipt.pt>
As intervenções do Francisco e do António Martinho são bastante importantes.
Em 2003, face aos grandes incêndios que assolaram o País, e especialmente a
região centro, propusemos uma estratégia ao IPA e ao Ministérioda Cultura,
mas nada foi feito. Sendo a questão dos incêndios, infelizmente, recorrente,
seria importante construir uma estratégia nacional, envoilvendo diversas
entidades (não apenas o MC) para minorar os seus impactes. A nossa
experiência em 2003, num contexto em que ardeu cerca de 30% do território,
mostrou que é preceiso pequenas equipas de intervenção rápida nos rescaldos,
treinadas para essa realidade. Pelo nosso lado, estamos disponíveis para
acolher em Mação alguma iniciativa de troca de experiências sobre quadros de
intervenção deste género, já que pensamos que é preciso ir construindo
soluções que envolvam o conjunto dos recursos arqueológicos nacionais, sem
uma dependência estrita dos organismos centrais.

Luiz Oosterbeek
---------------------------------------------------------------
Secretary-General
UISPP - Internationall Union of Prehistoric and Protohistoric Sciences

Instituto Politécnico de Tomar
Av. Dr. Cândido Madureira 13
P-2300 TOMAR

tel. (+351) 249346363; fax. (+351) 249346366

www.ipt.pt
www.ciarte.eu
www.arqueomacao.tv
----- Original Message -----
From: "Antonio Martinho Baptista" <ambaptista1950@sapo.pt>
To: "Francisco Lemos" <sandelemos@gmail.com>; "ARCHPORT" <archport@ci.uc.pt>
Sent: Wednesday, May 06, 2009 2:00 AM
Subject: Re: [Archport] Arte rupestre vandalizada e em risco



É curioso e muito a propósito! Ontem (2ª feira) ia visitar um pequeno
abrigo decorado com arte esquemática na zona do Côa e não consegui lá
chegar. Toda a a encosta (e o dito abrigo) estavam envoltos em chamas,
numa frente de incêndio de muitas centenas de metros, um fogo quase
seguramente ateado por um pastor a necessitar de pasto para o verão
que aí vem... E este será um dos milhares de fogos que nem entram nas
estatísticas oficiais. Ainda não consegui ver como resistiram as
pinturas! AMB


Em 2009/05/05, às 11:52, Francisco Lemos escreveu:

> Não existe qualquer Plano Nacional, pelo menos que eu saiba, para a
> protecção e conservação da Arte Rupestre, um recurso endógeno e não
> deslocalizável.
>
> O problema não se limita aos vandalismos.
>
> Uma vez que as chuvas de Primavera, essenciais para o equilíbrio
> hídrico, têm sido muito escassas este ano, aliás na linha de um
> fenómeno sublinhado por Denise Brum Ferreira (Geografia de Portugal,
> I volume, edição de 2005) perspectiva-se um Verão com elevado risco
> de incêndio. Serão pois afectadas muitas rochas com gravuras,
> nalguns casos em definitivo, pois já sofreram vários fogos (no caso
> dos eucaliptais com temperaturas elevadíssimas).
>
> Neste quadro a entidade da tutela, em vez de reforçar, extinguiu o
> Centro Nacional de Arte Rupestre (ainda não entendi porque motivo).
>
> FSL
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