Mais uma vez tens razão, Francisco, nas tuas
últimas palavras. Por isso acredito, cada vez mais, na construção de estruturas
de intervenção paralelas, socialmente participadas, em rede. Esse era, em grande
medida, o "sonho" da C.I. do IPA no milénio passado. Mas quando olhamos para
trás, vemos que o que de mais duradouro se fez foi sempre construído de forma
"militante", mesmo se aproveitando os recursos estatais quando possível (desde o
projecto de Braga). Em 2003 não fizemos tudo o que poderia ser feito, se o MC
tivesse sido capaz de movimentar, peo menos, um dedo. Mas mesmo assim
conseguimos registar centenaas de sítios, accionar medidas preliminares de
conservação em alguns, e sobretudo envolver as populações no processo (o Museu
de Mação é "filho" desse processo). Sobretudo, aprendemos muito com os erros
cometidos, sobre as dificuldades de progredir em área queimada, etc.
Não creio que as grandes máquinas administrativas
tenham capacidade para acções rápidas, tal como a não têm para acções
estruturantes de formação. Mas nós podemos fazê-lo, e é nesse sentido que
escrevi e disponibilizei Mação, se tu e outros acharem útil, para algum
momento de "discussão para a acção". No nosso Mestrado estas questões são
focadas (a Cidália Delgado, do CIAAR, fez uma tese amplamente focada nestas
questões), mas seria muito bom avançar com um quadro amplo de troca de
experiências.
Um abraço,
Luiz
Oosterbeek --------------------------------------------------------------- Secretary-General UISPP
- Internationall Union of Prehistoric and Protohistoric Sciences
Instituto Politécnico de Tomar Av. Dr. Cândido Madureira 13 P-2300
TOMAR
tel. (+351) 249346363; fax. (+351) 249346366
----- Original Message -----
Sent: Wednesday, May 06, 2009 11:53
AM
Subject: Re: [Archport] Arte rupestre
vandalizada e em risco
Eu não tenho quaisquer poderes institucionais, limitei-me a
alertar para a questão.
Por um lado há o desordenamento florestal que está por resolver há muitas
décadas desde os anos 50 do século passado. As recomendações escritas de
botânicos portugueses e alemãs nunca chegaram a ser cumpridas. As questões já
enunciados nesses relatórios foram ultimamente agravadas pela dispersão
do eucalipto.
Por outro lado Denise Brum Ferreira no texto a que me referi sublinha a
tendência, de médio prazo, em Portuga,l para a diminuição da pluviosidade de
Primavera com os decorrentes problemas de secas estivais.Salvo erro os
primeiros trabalhos de DBF datam de 1995 embora actualmente mais divulgados no
volume sobre o Ambiente Físico da GP.
O Luiz Oosterbek em 2003 referiu-se por diversas vezes à necessidade de
organizar uma estratégia relativamente á arte rupestre.
Lembro-me que por essa ocasião, preocupado com as gravuras da envolvente
de Briteiros, falei com o Fernando Real e ele disse-me que o assunto estava a
ser estudado na sequência da proposta do Luiz.
Para os mais interessados nos problemas do território vale a pena ler os
relatórios dos botânicos escritos nos anos 40 sobre a melhor estratégia para o
desenvolvimento florestal do país, documentos ignorados pelo poder
executivo.
Para que servem os alertas, o conhecimento produzido e as propostas
apresentadas se as entidades que governam as ignoram?
FSL
2009/5/6 Luiz Oosterbeek <loost@ipt.pt>
As intervenções do Francisco e do António Martinho são
bastante importantes. Em 2003, face aos grandes incêndios que assolaram o
País, e especialmente a região centro, propusemos uma estratégia ao IPA e
ao Ministérioda Cultura, mas nada foi feito. Sendo a questão dos
incêndios, infelizmente, recorrente, seria importante construir uma
estratégia nacional, envoilvendo diversas entidades (não apenas o MC)
para minorar os seus impactes. A nossa experiência em 2003, num contexto
em que ardeu cerca de 30% do território, mostrou que é preceiso pequenas
equipas de intervenção rápida nos rescaldos, treinadas para essa
realidade. Pelo nosso lado, estamos disponíveis para acolher em Mação
alguma iniciativa de troca de experiências sobre quadros de intervenção
deste género, já que pensamos que é preciso ir construindo soluções que
envolvam o conjunto dos recursos arqueológicos nacionais, sem uma
dependência estrita dos organismos centrais.
Luiz
Oosterbeek --------------------------------------------------------------- Secretary-General UISPP
- Internationall Union of Prehistoric and Protohistoric
Sciences
Instituto Politécnico de Tomar Av. Dr. Cândido Madureira
13 P-2300 TOMAR
tel. (+351) 249346363; fax. (+351)
249346366
www.ipt.pt www.ciarte.eu www.arqueomacao.tv
----- Original Message ----- From: "Antonio Martinho Baptista"
< ambaptista1950@sapo.pt> To: "Francisco Lemos" < sandelemos@gmail.com>; "ARCHPORT" < archport@ci.uc.pt> Sent: Wednesday, May 06, 2009
2:00 AM Subject: Re: [Archport] Arte rupestre vandalizada e em
risco É curioso e muito a propósito! Ontem (2ª feira) ia
visitar um pequeno abrigo decorado com arte esquemática na zona do Côa e
não consegui lá chegar. Toda a a encosta (e o dito abrigo) estavam
envoltos em chamas, numa frente de incêndio de muitas centenas de metros,
um fogo quase seguramente ateado por um pastor a necessitar de pasto para
o verão que aí vem... E este será um dos milhares de fogos que nem entram
nas estatísticas oficiais. Ainda não consegui ver como resistiram
as pinturas! AMB Em 2009/05/05, às 11:52, Francisco Lemos
escreveu: > Não existe qualquer Plano Nacional, pelo menos que eu
saiba, para a > protecção e conservação da Arte Rupestre, um recurso
endógeno e não > deslocalizável. > > O problema não se
limita aos vandalismos. > > Uma vez que as chuvas de Primavera,
essenciais para o equilíbrio > hídrico, têm sido muito escassas este
ano, aliás na linha de um > fenómeno sublinhado por Denise Brum
Ferreira (Geografia de Portugal, > I volume, edição de 2005)
perspectiva-se um Verão com elevado risco > de incêndio. Serão pois
afectadas muitas rochas com gravuras, > nalguns casos em definitivo,
pois já sofreram vários fogos (no caso > dos eucaliptais com
temperaturas elevadíssimas). > > Neste quadro a entidade da
tutela, em vez de reforçar, extinguiu o > Centro Nacional de Arte
Rupestre (ainda não entendi porque motivo). > >
FSL > > > > >
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list > Archport@ci.uc.pt> http://ml.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport_______________________________________________ Archport
mailing list Archport@ci.uc.pthttp://ml.ci.uc.pt/mailman/listinfo/archport_______________________________________________ Archport
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