De acordo com o Diário do Minho de hoje o Pároco de Esporões, tendo verificado que estava a ser destruído património arqueológico no sítio em epígrafe, chamou a GNR a qual todavia nem actuou nem elaborou o auto da ocorrência. Efectivamente não só a zona onde estavam a desenrolar-se os revolvimentos de terras está sob jurisdição da PSP de Braga como também as obras eram do próprio Ministério da Administração Interna (colocação de uma antena para o SIRESP).
Também a PSP, chamada a pedido da GNR, se recusou a registar a ocorrência pois era uma obra do MAI. O Ministério da Cultura não estava informado, nem a CMB, nem ninguém. O empreiteiro decidiu, por si mesmo, parar os trabalhos. O comandante da PSP de Braga só soube do problema a posteriori segundo declarações do próprio ao Diário do Minho.
Ora o Monte de Santa Marta das Cortiças é um dos sítios mais relevantes do Noroeste Peninsular: habitat da Idade do Bronze; povoado proto-histórico, possível sede dos Bracari (segundo alguns); ruínas de fortificação tardo-romana; conjunto palatino suévico; e basílica paleo-cristã.
Esperemos que o Comandante da PSP de Braga, António Fraga investigue o MAI, esclareça quem foi o mandante da destruição (será o Serviço de Informações da República?) e comunique o crime ao Ministério Público.
Recomendo que a DRCN informe a GNR e PSP de Braga da sensibilidade do cume do monte que fica sobranceiro à cidade.
Aliás o comando da PSP de Braga está instalado no Centro Histórico da cidade, numa área com grande valor arqueológico, mas julgo que disso está consciente o comandante (suponho) pois eu próprio já sublinhei essa circunstância várias vezes na Comunicação Social.
Francisco Sande Lemos