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[Archport] Fwd: Uma inesperada ideia.

Subject :   [Archport] Fwd: Uma inesperada ideia.
From :   Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>
Date :   Sat, 12 Dec 2009 01:21:21 +0000



---------- Forwarded message ----------
From: Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>
Date: 2009/12/12
Subject: Re: [Archport] Uma inesperada ideia.
To: Alexandre Monteiro <no.arame@gmail.com>


Caro Alexandre.
 
A sua questão, talvez pertinente, terá concerteza resposta no contexto de uma global racionalidade dos meios e no bloqueio ao esbanjamento, que pode começar entre nós.
Mas se fosse um radical responder-lhe-ia de outra forma.
Bem, que paguem a cura os que fazem a guerra. Quando as Forças Armadas dos EUA entraram em Bagdad, deviam ter compreendido que o Museu ficava sob sua tutela. Seja, enquanto os soldados pilhavam palácios de novos ricos, os outros pilhavam o Museu.´
Perdoe-me, mas é outra forma inesperada de colocar a questão. A anterior foi bastante mais lúcida, tanto que esta nem lhe causa a mínima mácula.
Perdoe. Como sou leal e sincero...
Reforço pois. Obrigado Alexandre Monteiro.

2009/12/11 Alexandre Monteiro <no.arame@gmail.com>

O problema é que o problema também se coloca, fundamentalmente, no fatídico quem paga a cura?

2009/12/11 Manuel Castro Nunes <arteminvenite@gmail.com>

A última intervenção de Alexandre Monteiro a propósito de A capa escolhida (…), ao subverter lucidamente os termos da questão, tal como tem sido colocada, seja a quem pertence?, como se a pertença fosse uma um direito substancial e não uma causa circunstancial, propondo a fórmula quem cura?, vem recolocar o problema num outro estrato de abordagem, exigindo talvez a sua reformulação de base.

Uma vez pressuposto que o património cultural é pertença da Humanidade, qualquer que tenha sido a cultura ou civilização que a tenha criado, a grande questão que se coloca é a de garantir as melhores condições para a sua preservação e salvaguarda, para o seu estudo e divulgação, para a sua dignificação.

Numa intervenção anterior, referi a questão das narradas destruições de património cultural pela fúria dos talibans afegãos. É óbvio que não defendia a fúria dos talibans contra um património que nem lhes pertence por vontade própria, uma vez que o rejeitam, chamava apenas a atenção para o facto de Humanidade ser um conceito cultural, uma ideia, uma boa ideia. Daquelas que não existem mas porque, do meu ponto de vista, devemos pugnar. Ora, embora residindo lá, tendo lá origem porventura, a sociedade afegã não se encontrava em condições de estar na posse daquele património.

Num mundo em demanda ainda de laços de congregação cultural capazes de realizar a ideia de Humanidade, fragmentado por barreiras políticas e culturais que obrigaram o galardoado com o Prémio Nobel da Paz a falar da guerra ao recebê-lo, a questão da propriedade do património cultural da Humanidade não se pode antecipar à questão da tutela.

O resto são questões que o bom senso ditará às diplomacias. Como a de saber se uma colcha indo-portuguesa deve residir em França ou Portugal, se na Índia…

Obrigado Alexandre Monteiro.



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Manuel de Castro Nunes

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