A sua opinião sobre o valor de Fernão de Magalhães, ou da viagem
que empreendeu, nada tem que ver com a catalogação deste importante livro
digitalizado. Goste dele ou não, o facto é que está, apesar da sua opinião, indissoluvelmente
ligado à história de Portugal.. Este é um facto objectivo, e não uma opinião.
Por isso mesmo, deveria ter uma entrada que o permitisse encontrar na base de
dados, até por ser referido desde logo no prólogo, por um dos seus companheiros
de viagem. Também em todo o livro Portugal e os portugueses são (naturalmente)
referidos vezes sem conta o que justificaria a referência. Mas nós gostamos muito de desvalorizar o nosso passado, e a
nossa capacidade, passada ou presente... O facto é que na base de dados não há
nenhuma colaboração portuguesa. Isso é que nos deveria preocupar, e não a sua opinião
sobre o valor de Fernão de Magalhães, ou sobre a importância que para a época teve
a viagem de circum-navegação, até no sentido do que hoje chamamos “globalização”,
que não era o tema da conversa. Naturalmente que discordo em absoluto da sua opinião, mas isso
também não interessa para o caso. Já agora seria útil ler o livro, bem interessante, escrito por
um italiano que pagou para ir na viagem, e é um testemunho credível, apesar de
alguma dificuldade pela baixa definição. Mas há outras versões na Net. Segundo
Pigafetta, Magalhães terá morrido valorosamente em combate, (...”Se não fora
aquele pobre capitão nenhum de nós se salvava nem o barco, porque enquanto ele
combatia, os outros salvaram-se no batel “...) e afirmar “ morreu na praia”
ou “os conhecimentos que adquiriu não foram os suficientes para escapar
a uma mão cheia de asiáticos” mostra uma total incompreensão
da coragem, da audácia e dos conhecimentos de quem se enfia nuns barquitos e se
aventura por mares desconhecidos e povos perigosos, com 256 marinheiros, que foram
morrendo pelo caminho, tendo regressado somente 18, entre os quais o autor do
livro. E dos cinco navios que partiram, só um completou a viagem. Diria mesmo
que mostra uma falta de respeito por toda uma história de assumir riscos e
avançar para o desconhecido, por todos os que morreram nessa gesta “dando novos
mundos ao mundo” coragem que, de outra forma aliás hoje continua na diáspora.
Só a descoberta e travessia em 1520 do estreito que hoje tem o seu nome, tendo
sido o primeiro Europeu a fazer essa travessia e a atravessar o Pacífico,
mereceria mais consideração. Quanto ao regresso, fez-se por um mundo já
conhecido através dos portugueses... Voltando a citar Pessoa: ... De quem é a dança que a noite aterra? São os Titans, os filhos da Terra, Que dançam da morte do marinheiro Que quiz cingir o materno vulto - Cingil-o, dos homens, o primeiro -, Na praia ao longe por fim sepulto. Dançam, nem sabem que a alma ousada Do morto ainda comanda a armada, Pulso sem corpo ao leme a guiar As naus no resto do fim do espaço; Que até ausente soube cercar A terra inteira com seu abraço. Violou a Terra. Mas elles não o sabem, e dançam na solidão; ... Infelizmente Pessoa tem razão quando dizia: Senhor, a noite veio e a alma é vil. Tanta foi a tormenta e a vontade! Restam-nos hoje, no silencio hostil, O mar universal e a saudade. ... Quanto ao site, é uma louvável iniciativa, apesar de por
enquanto ser muito pobre, como podemos ver. Será bom que se faça algo para o desenvolver,
e a participação portuguesa será indispensável, tanto mais que temos
contribuído significativamente, à medida das nossas capacidades financeiras, para
a digitalização de obras importantes. Assim haja apoio do estado às iniciativas
pontuais já que não há uma estratégia clara e significativa de política
cultural. Não é preciso sermos técnicos BAD, para sabermos das dificuldades com
que as instituições se debatem. From:
archport-bounces@ci.uc.pt [mailto:archport-bounces@ci.uc.pt] On Behalf Of Paulo
Monteiro Aparentemente,
os conhecimentos que adquiriu não foram os suficientes para escapar a uma mão
cheia de asiáticos nem foram necessários para que o resto da frota voltasse a
Espanha... De: Rui Diz o meucaro amigo Tenente Valentim e muito bem “Logo
em 1505 parte para a Índia numa armada comandada por D. Francisco de Almeida.
Nos mares do Índico permanecerá oito anos. Acompanha Diogo Lopes Sequeira a
Malaca em 1509, naufragando no regresso; participa na conquista de Goa ao lado
de Afonso de Albuquerque no ano de 1510; no ano seguinte faz parte do contingente,
também liderado por Afonso de Albuquerque, que toma a estratégica cidade de
Malaca. Entretanto, ainda no Oriente, estabelece uma relação muito próxima com
Francisco Serrão, que veio a ser o feitor das ricas ilhas das Molucas. Através
desta amizade e, posteriormente, duma troca epistolar regular tem acesso a
informações preciosas, de âmbito cartográfico e geográfico, acerca da
localização daquelas ilhas, onde abundavam as especiarias. De volta a Lisboa,
em 1513, incorpora nesse mesmo ano as forças que sob o comando de D.
Jaime, Duque de Bragança, tomam a praça marroquina de Azamor. Responsável pelos
despojos da conquista, é acusado da forma pouco clara como repartiu as "presas".” Portando
os conhecimentos e a experiência adquiridos nada valem??? De:
archport-bounces@ci.uc.pt [mailto:archport-bounces@ci.uc.pt] Em nome de Paulo
Monteiro Magalhães
até poderia ser português mas não vejo grandes razões para incensar alguém que,
mais do que morrer na praia, morreu a meio da viagem. De:
archport-bounces@ci.uc.pt Belo presente de Ano Novo!. Obrigado! A propósito, desejo a tod@s um óptimo ano. O acesso a bibliotecas digitais online, abertas e gratuitas é
uma enorme conquista cultural da humanidade. Permite-nos ter acesso directo,
imediato, das nossas casas, a tesouros culturais, e só desejo que as
bibliotecas e centros de documentação nacionais, apesar de terem de lutar
contra a conjuntura actual desfavorável, colaborem sem reservas nesta
“publicação” mundial e marquem a nossa presença. Infelizmente, se entrarem por “Espanha” encontrarão o “Diário da
Viagem de Magalhães” (referido aliás na mensagem) que está classificado como
“Espanha” “Itália” “Mundo” Filipinas” ... e não tem uma entrada por “Portugal”.
Mas se abrirem (com o excelente visualizador) na pág. 13 linha 3 e na pág. 14
linha 11 lerão claramente (apesar das imagens terem baixa resolução – outros
docs têm resolução bem maior) nessas duas primeiras páginas de texto a indicação
da nacionalidade portuguesa de Fernão de Magalhães... Das 50 entradas com referência a Portugal, nenhuma tem origem na
colaboração nacional – nenhuma biblioteca referida é portuguesa... Felizmente
há Brasil, para defender e divulgar a língua e a cultura lusas! Há 13 entradas pelo menu, mas 50 pela “pesquisa”, pela palavra
Portugal. Há muitos outros documentos portugueses, mas referenciados por
Angola, Moçambique, etc. a grande maioria da Biblioteca Nacional do Brasil.
Estive lá este ano, bem como no Gabinete Português de Leitura, e a preservação
e defesa da língua portuguesa é de facto hoje essencialmente feita pelos países
de expressão lusa, principalmente o Brasil, mas Timor, tão longe, também
nos dá uma lição de portugalidade... Senhor, a noite veio e a alma é vil. Tanta foi a tormenta e a vontade! Restam-nos hoje, no silencio hostil, O mar universal e a saudade. Mas a chama, que a vida em nós creou, Se ainda ha vida ainda não é finda. O frio morto em cinzas a occultou: A mão do vento póde erguel-a ainda. Dá o sopro, a aragem – ou desgraça ou ancia-, Com que a chamma do exforço se remoça, E outra vez conquistemos a Distancia – Do mar ou outra, mas que seja nossa! Abraços, VMB PS –
da edição “clonada” da Mensagem, recentemente lançada pela Guimarães Editora e
exclusiva da FNAC, e que é preciosa. From:
archport-bounces@ci.uc.pt [mailto:archport-bounces@ci.uc.pt] On Behalf Of José
d'Encarnação Olá,
Amiga(o)!
Divulgo tal como recebi, porque se me afigura de todo o interesse.
Perdoe-me se não tento uma formatação adequada; mas creio que está
compreensível.
J. d'E.
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