Como já tinha sugerido ao Jorge, se calhar para não estragar os lucros que passaram de 53 M.E., em 2008, para 80 M.E. o ano que findou..
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1. Trabalho e pagamento em Arqueologia: uma obra no concelho de
Alcácer do Sal (Jorge Feio)
2. Re: Trabalho e pagamento em Arqueologia: uma obra no concelho
de Alcácer do Sal (Paulo Monteiro)
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Message: 1
Date: Tue, 26 Jan 2010 17:34:05 +0000
From: Jorge Feio <jorgefeio77@hotmail.com>
Subject: [Archport] Trabalho e pagamento em Arqueologia: uma obra no
concelho de Alcácer do Sal
To: <archport@ci.uc.pt>
Message-ID: <COL108-W15548F8523D3A3C8B96914BF5E0@phx.gbl>
Content-Type: text/plain; charset="iso-8859-15"
Foi recentemente colocado aqui um post a informar da
necessidade de contratação de um arqueólogo para uma obra a cerca de 30km para
Este de Alcácer do Sal.
Trata-se efectivamente de uma obra a cerca de 30km
para sul, mais exactamente no Torrão, da responsabilidade da E. P.
Tendo sido contactado para o trabalho, em resposta ao
envio do curriculum vitae, constatei que o empregador é uma empresa
de trabalho temporário.
Foi-me feita a seguinte proposta: 800? mensais,
mais os duodécimos do subsídio de féria e do subsídio de Natal e ainda subsídio
de alimentação. Feitos os descontos, iria receber "limpos" 880?.
Teria direito a férias e a indemnização de final de contrato. O carro seria o
meu, bem como o pagamento de combustível.
Acrescente-se que a empresa prefere arqueólogos da
zona (Alvito, onde moro, fica a 23km do Torrão) para não pagar alojamento.
Dividindo o vencimento limpo por 30 dias, como se faz
na função pública, iria receber 29,33? por dia. Uma Fortuna!!!
Fazendo contas, um arqueólogo em início de carreira na
função pública (o correspondente ao antigo técnico superior de 2ª) auferirá
este ano cerca de 1380? brutos mensais. Ora multiplicando por 14 meses
(12+subsídio de natal+subsídio de férias) dá a bonita soma mensal de 1610?.
Depois de pagos os impostos, receberá o equivalente a 1308? mensais (recebendo
a verba repartida por 12 meses) mais o subsídio de alimentação que é de
5,25?/dia e que multiplicado por 22 dias dá 115,5?. Ora 1308?+115,5?=1423,5?
(=47,45?/dia).
Continuando a fazer contas, 1423,5?-880?=543,5.
Ou seja, se alguém aceitar esta proposta irá perder, comparando o que mereceria auferir com que irá receber na realidade, apenas 543,5? "líquidos"por mês e 6522? ao fim de um ano.
Isto fora o cálculo das horas extraordinárias, onde se
receberia pouco mais de metade do que é justo.
Como é ÓBVIO EU NÃO ACEITEI, mais não seja pela
dignidade que a nossa profissão merece. Nós não somos menos que os engenheiros
ou que os arquitectos para auferirmos o mesmo que um trolha numa obra das
Estradas de Portugal.
Basta acrescentar as seguintes contas: 200? para
gasóleo + 150? para alimentação + 200? (no mínimo) para alojamento (para quem
precisar)= 550?. Sobram 330? para pagar o desgaste do carro e outras despesas
que tenhamos.
Sabendo-se que as Estradas de Portugal têm arqueólogos
nos quadros, será que eles concordam com estes pagamentos ultrajantes que as
empresas que eles contratam para obtenção de serviços qualificados de quadros
especializados propõem aos próprios colegas de profissão?
Se calhar concordam, a bem da estabilidade financeira
de uma empresa que lucra milhões de euros todos os anos e recebe verbas a
partir dos impostos que todos pagamos.
Eu não aceitei uma obra que irá iniciar-se pouco
depois de eu terminar o acompanhamento onde me encontro. Se calhar até não vou
ter trabalho durante algum tempo, mas eu quero pertencer a uma classe
respeitada, que aufira os honorários que merece. Na proposta que apareceu na
internet observava-se ainda um pequeno ponto onde se encontrava escrito que
"a remuneração seria equivalente à experiência do arqueólogo a
contratar". Como eu tenho quase 10 anos como profissional, calculo quanto
irá auferir alguém com menos tempo de experiência.
Certamente alguém irá aceitar. É pena, pois assim
nunca poderemos exigir que nos respeitem. Se ninguém aceitar, terão de aumentar
o valor da proposta, porque é OBRIGATÓRIO O ACOMPANHAMENTO ARQUEOLÓGICO DAQUELA
OBRA.
Um abraço,
Jorge Feio
_________________________________________________________________
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Message: 2
Date: Tue, 26 Jan 2010 17:40:35 -0000
From: "Paulo Monteiro" <pmonteiro@ntasa.pt>
Subject: Re: [Archport] Trabalho e pagamento em Arqueologia: uma obra
no concelho de Alcácer do Sal
To: "Jorge Feio" <jorgefeio77@hotmail.com>, <archport@ci.uc.pt>
Message-ID:
<C9DBE199A7C79E45A9640529B594369202B485AF@lisexc04.netjets.com">C9DBE199A7C79E45A9640529B594369202B485AF@lisexc04.netjets.com>
Content-Type: text/plain; charset="utf-8"
A questão que deveria colocar, ao invés de trazer à colação a Estradas de Portugal, é: quanto pagará a E.P. à empresa de trabalho temporário?
________________________________
From: archport-bounces@ci.uc.pt [mailto:archport-bounces@ci.uc.pt] On Behalf Of Jorge Feio
Sent: terça-feira, 26 de Janeiro de 2010 17:34
To: archport@ci.uc.pt
Subject: [Archport] Trabalho e pagamento em Arqueologia: uma obra no concelho de Alcácer do Sal
Foi recentemente colocado aqui um post a informar da necessidade de contratação de um arqueólogo para uma obra a cerca de 30km para Este de Alcácer do Sal.
Trata-se efectivamente de uma obra a cerca de 30km para sul, mais exactamente no Torrão, da responsabilidade da E. P.
Tendo sido contactado para o trabalho, em resposta ao envio do curriculum vitae, constatei que o empregador é uma empresa de trabalho temporário.
Foi-me feita a seguinte proposta: 800? mensais, mais os duodécimos do subsídio de féria e do subsídio de Natal e ainda subsídio de alimentação. Feitos os descontos, iria receber "limpos" 880?. Teria direito a férias e a indemnização de final de contrato. O carro seria o meu, bem como o pagamento de combustível.
Acrescente-se que a empresa prefere arqueólogos da zona (Alvito, onde moro, fica a 23km do Torrão) para não pagar alojamento.
Dividindo o vencimento limpo por 30 dias, como se faz na função pública, iria receber 29,33? por dia. Uma Fortuna!!!
Fazendo contas, um arqueólogo em início de carreira na função pública (o correspondente ao antigo técnico superior de 2ª) auferirá este ano cerca de 1380? brutos mensais. Ora multiplicando por 14 meses (12+subsídio de natal+subsídio de férias) dá a bonita soma mensal de 1610?. Depois de pagos os impostos, receberá o equivalente a 1308? mensais (recebendo a verba repartida por 12 meses) mais o subsídio de alimentação que é de 5,25?/dia e que multiplicado por 22 dias dá 115,5?. Ora 1308?+115,5?=1423,5? (=47,45?/dia).
Continuando a fazer contas, 1423,5?-880?=543,5.
Ou seja, se alguém aceitar esta proposta irá perder, comparando o que mereceria auferir com que irá receber na realidade, apenas 543,5? "líquidos"por mês e 6522? ao fim de um ano.
Isto fora o cálculo das horas extraordinárias, onde se receberia pouco mais de metade do que é justo.
Como é ÓBVIO EU NÃO ACEITEI, mais não seja pela dignidade que a nossa profissão merece. Nós não somos menos que os engenheiros ou que os arquitectos para auferirmos o mesmo que um trolha numa obra das Estradas de Portugal.
Basta acrescentar as seguintes contas: 200? para gasóleo + 150? para alimentação + 200? (no mínimo) para alojamento (para quem precisar)= 550?. Sobram 330? para pagar o desgaste do carro e outras despesas que tenhamos.
Sabendo-se que as Estradas de Portugal têm arqueólogos nos quadros, será que eles concordam com estes pagamentos ultrajantes que as empresas que eles contratam para obtenção de serviços qualificados de quadros especializados propõem aos próprios colegas de profissão?
Se calhar concordam, a bem da estabilidade financeira de uma empresa que lucra milhões de euros todos os anos e recebe verbas a partir dos impostos que todos pagamos.
Eu não aceitei uma obra que irá iniciar-se pouco depois de eu terminar o acompanhamento onde me encontro. Se calhar até não vou ter trabalho durante algum tempo, mas eu quero pertencer a uma classe respeitada, que aufira os honorários que merece. Na proposta que apareceu na internet observava-se ainda um pequeno ponto onde se encontrava escrito que "a remuneração seria equivalente à experiência do arqueólogo a contratar". Como eu tenho quase 10 anos como profissional, calculo quanto irá auferir alguém com menos tempo de experiência.
Certamente alguém irá aceitar. É pena, pois assim nunca poderemos exigir que nos respeitem. Se ninguém aceitar, terão de aumentar o valor da proposta, porque é OBRIGATÓRIO O ACOMPANHAMENTO ARQUEOLÓGICO DAQUELA OBRA.
Um abraço,
Jorge Feio
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