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Re: [Archport] Como se inscre um sitio arquelógico na carta concelhia...

To :   'joão pereira' <trainzeiro@gmail.com>
Subject :   Re: [Archport] Como se inscre um sitio arquelógico na carta concelhia...
From :   "Ricardo Charters d'Azevedo" <ricardo.charters@gmail.com>
Date :   Fri, 6 May 2011 11:48:17 +0100

Caro João Pereira

Assim a  100 metros de um local já explorado que mostrou nada ter de interessante, necessita de acompanhamento arqueológico.

O cultivo com máquinas, ou a construção de uma vivenda, ou de um bairro, ou mesmo abrir alicerces para uma garagem/telheiro, deverá suportar o pagamento a um técnico superior para acompanhar o trabalho… mesmo que nada nos diz que seja um site arqueológico ou que mesmo tudo nos diz que não o é.

Já percebi

Cumprimentos

Ricardo Charters d’Azevedo

 

From: joão pereira [mailto:trainzeiro@gmail.com]
Sent: sexta-feira, 6 de Maio de 2011 11:35
To: Ricardo Charters d'Azevedo
Cc: archport@ci.uc.pt
Subject: Re: [Archport] Como se inscre um sitio arquelógico na carta concelhia...

 

Caro,

 

A razão é muito simples. Tudo o que não esteja à superfície não se vê à vista desarmada.

Acha possível ver uma moeda  / muro / biface (etc.) que esteja enterrada a 5 cm do solo superficial?

 

Ora, exactamente por não ser ter encontrado nada de especial na superfície do solo actual que se deve propor que qualquer projecto de construção civil que exija revolvimento de terreno seja acompanhado por arqueólogos e ou se façam sondagens arqueológicas pontuais.

 

Obrigado, João Paulo Pereira

No dia 6 de Maio de 2011 11:08, Ricardo Charters d'Azevedo <ricardo.charters@gmail.com> escreveu:

Caro Antonio Monteiro e membros deste forum
Como já expliquei, não está em causa quem fez o trabalho, nem o local onde
os trabalhos decorreram (veja o título da mensagem).
Aos arqueólogos foi-lhes pedido que fizessem uma prospecção, pois tal era
exigido pela Câmara Municipal respectiva e fizeram-na. Não lhes foi pedido
um estudo, mas sim trabalhos de campo. Podiam, é verdade, ter acordado os
seus "violinos"  com um historiador e um geólogo, especialistas na região.
Apresentariam um melhor relatório e com mais segurança dariam o parecer,
reduzindo os trabalhos de campo.
Não o fizeram pois não é habito. A minha questão é porque é que não existe
essa cultura na arqueologia portuguesa?

 Até porque, honestamente o arqueólogos que trabalharam no sítio, fizeram
bem o seu trabalho, e não descobrindo nada de verdadeiramente "antigo",
fizeram um relatório que o diz por meias palavras e concluem pela
concordância em que os trabalhos propostos para o local se façam.
Não, o problema não está aí. O segundo  problema está em que se tendo feito
uma prospecção arqueológica se considere automaticamente, na carta
concelhia, que o local tem potencialidades e consequentemente QUALQUER
trabalho a ser futuramente realizado pelos proprietários confinantes terá de
ser acompanhado por uma equipa de arqueólogos. Isto é: (i) garante emprego,
(ii) despesas para quem quer fazer qualquer coisa e (iii) desacredita a
arqueologia pois os vizinhos proprietários vendo que nada se encontrou,
perguntam-se porquê.
Isto já não é problema da equipa de arqueólogos ou do seu relatório, mas da
iniciativa dos serviços camarários, que coloca aquela bolinha na carta
arqueológica do concelho ,porque ouviu dizer que tinham aparecido 3
vestígios de fogueiras sem quaisquer materiais, e isso é "muito importante".
Nem chegam a ler o relatório, não é necessário, dizem. ..E quando o
relatório nada fala sobre as fogueiras, a bolinha na carta arqueológica
mantem-se. Pois poderão encontrar-se mais... E tal dará poder aos serviços
de arqueologia da Câmara respectiva pois que arranja trabalho para
arqueólogos, mas que será pago por outros

Donde, o cidadão paga através dos seus impostos, quem o sirva, i e os
técnicos da Cãmara, e são estes que fazem com que ele, cidadão venha a ter
fazer despesas inúteis

As questões são estas.
Também não percebo nada de montagem de redes eléctricas, mas  posso retomar
o seu exemplo do engenheiro electrotécnico. Se tal se passasse nada mais
simples que fazer duas reclamações. Uma á Ordem dos Engenheiros e outra para
as entidades supervisoras da obra e de quem autorizou. O caso ficaria
resolvido.
Mas neste caso não vejo onde e a quem, poderão reclamar os proprietários dos
terrenos que se encontram debaixo da bolinha camarária.
Só se lançarem uma "indignação cívica", e tal de forma pública, contando na
imprensa e em foros
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo

PS: não sou proprietário de nenhuns terrenos anexos á prospecção
arqueológica realizada, mas estou a pensar  em ficar com alguns para manter
a chama da "indignação cívica"...

-----Original Message-----
From: Alexandre Monteiro [mailto:no.arame@gmail.com]
Sent: sexta-feira, 6 de Maio de 2011 01:13
To: Ricardo Charters d'Azevedo
Cc: archport@ci.uc.pt
Subject: Re: Como se inscre um sitio arquelógico na carta concelhia...

Caro Ricardo

Essas perguntas que faz só se podem responder lendo o relatório e sabendo de
que sítio se trata.

Mais uma vez, reitero: é minha opinião que um debate sobre aquilo que afirma
- como bem diz, "de ouvir dizer "-  tem que se basear sempre no relatório e
no sítio.

Até que um e outro apareçam é como eu vir dizer a terreiro que um
determinado projecto de electrotecnia foi elaborado em péssimas condições,
que o engenheiro responsável pelo projecto só queria ganhar o seu, nada
tendo perguntado ao electricista da empresa, que até percebe a potes
daquilo? E, imagine-se que, para cúmulo da indignação, apesar da potência
instalada ter sido subavaliada e toda a instalação estar em flagrante
violação das RTIEBT, mesmo assim o projecto foi aprovado por quem de
direito?

Ora, baseando-se apenas naquilo que eu escrevi acima, acha ético e de bom
tom, eu (que nada percebo de electrotecnia) vir a público dizer que o
engenheiro é incompetente ou está de má fé? Não exigiria, para poder
fundamentar a sua opinião, ver primeiro o projecto e o que foi realmente
implantado no terreno?



Em 5 de maio de 2011 22:39, Ricardo Charters d'Azevedo
<ricardo.charters@gmail.com> escreveu:
> Caro  Alexandre Monteiro,
>
> Não pretendo fazer um julgamento profissional de quem fez a pesquiza
> arqueológica. E não tenho o relatório. Só o vi e tomei notas quando o
> proprietário o leu para mim
>
> O meu objectivo é outro, como explico, nomeadamente, no título. È ter
> respostas a alguns fundamentalismos que prejudicam a profissão pois o
> cidadão não compreende:
>
> ·         Como se regista como arqueológico na carta concelhia um
> local somente porque se fez uma prospecção e não pelos resultados;
>
> ·         Porque se fazem prospecções arqueológicas sem previamente se
> estudar o local e/ou consultar um historiador
>
> ·         Porque quando se fazem prospecções, o arqueólogo tem sempre
> que mostrar que encontrou coisas importantes, nem que sejam locais
> onde se fez fogo (sem mais materiais), moedas e cerâmica,
> contemporâneas e  pedras, que poderão vir a ser identificadas como
> “raspas” de antigos artefactos que se não encontraram
>
> Cumprimentos
>
> RCA
>
>
>
> From: Alexandre Monteiro [mailto:no.arame@gmail.com]
> Sent: quinta-feira, 5 de Maio de 2011 23:11
> To: Ricardo Charters d'Azevedo; archport@ci.uc.pt
> Subject: REF: [Archport] Como se inscre um sitio arquelógico na carta
> concelhia...
>
>
>
> Se quiser uma discussão séria sobre este assunto, tem que identificar
> esse local ou fornecer-nos o relatório arqueologico produzido.
>
> É que, senão cai na mesma atitude de "achismo" de uns pescadores que
> eu conheci nos Açores, que diziam que os navios do século XVI que
> estávamos a escavar eram traineiras dos anos 70... do século XX.
>
> Enviado do meu HTC
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