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Re: [Archport] Comunicado GTPS - Marcha contra o Desemprego

Subject :   Re: [Archport] Comunicado GTPS - Marcha contra o Desemprego
From :   André Freitas <andremfreitas@portugalmail.pt>
Date :   Wed, 10 Oct 2012 12:00:15 +0100

Não vou fazer aqui a defesa do STARQ, porque como já disse, não sou nem pretendo fazer parte de nenhuma estrutura sindical. Os seus membros que o façam se assim o entenderem.

Acho sim, deveras curioso, que após o apelo a uma forma de luta prevista na lei, a manifestação, venham dizer que preferem outras formas de luta, argumentando que os sindicatos só servem os próprios interesses. Mas as ideias, essas formas de luta alternativas, essas ainda ninguém aqui as expôs.

Uma vez que é ridiculo eu não saber quais as alternativas às manifestações, que possam ter o mesmo, ou um melhor efeito do que estas, peço-lhe Ana Catarina, tal como pedi ao Alexandre, que as exponham aqui. Talvez existam mais pessoas como eu, que não sejam inteligentes ao ponto de não as conhecer. O que são preciso são ideias, portanto, acredito que todos estejamos disponíveis para as receber.

Dou-lhe essa oportunidade de nos elucidar a todos...
Mas por favor, não se lembre de vir falar em trabalho voluntário...
Obrigado,

André Freitas



Citando aanacatarinaa@sapo.pt:

Os responsáveis do STARQ ficaram calados no dia 15 de Setembro (naquela luta que foi de todos), mas quando é cobaia das manobras políticas da CGTP mexe-se (naquela luta que é de alguns).


O primeiro ideal para o STARQ é a política, os arqueólogos estão em segundo lugar (se pagarem a sua quota sindical) ou em último lugar (se não pagarem nada).


A minha opinião é a de que não quero participar em jogos de poder institucionalizados e pré-cozinhados. Por experiência própria, sei perfeitamente que entidades intersindicais nacionais como a CGTP só servem os seus próprios interesses e preferem morrer na praia a juntar-se verdadeiramente a uma luta que é de todos.
Porém, é altura das pessoas deixarem de andar todas em manada e de começarem a pensar por si próprias.

Mas que ridículo não saber as alternativas às manifestações! Pense bem, caro André, antes de fazer essas afirmações.
Ana Catarina
 

Quoting André Freitas <andremfreitas@portugalmail.pt>:

Bem, fiquei a saber que prefere outras formas de actuar, que não as manifestações, e sou pleno ouvidos. Não ficámos foi elucidados de quais são essas alternativas, e você próprio diz que não vai perder tempo a sugeri-las, portanto, ficamos na mesma. Tudo bem, mas para isso mais valia não ter dito nada...

Faz lembra aquelas pessoas que dizem: eu ia dizer uma coisa, mas agora já não digo.
É pena, porque quantas mais ideias houverem, melhor. Claro que a ideia de trabalhar de borla, para resolver o problema da falta de emprego, não me parece que faça sentido... mas suponho que não seria a sua única ideia...

André Freitas




Citando Alexandre Monteiro <no.arame@gmail.com>:

(continuo aqui o que seguiu sem querer)

Fui até sindicalizado por muitos e bons anos. O que eu disse é que
achava que era melhor encontrar-se uma forma de luta diferente da de
uma Marcha. Uma que fosse mais imaginativa e que chamasse mais a
atenção da sociedade para a importância da arqueologia e dos seus
técnicos.

É que, não sei se repararam já, mas do modo a que estamos rapidamente
a regredir até a uma sociedade de subsistência, talvez até uma de
sobrevivência, e da forma em que a cultura e a arqueologia e as
humanidades e a cultura em geral são um pequeno ponto no topo da
pirâmide de Maslow, ninguém vai deitar uma lágrima por nós. Ou sentir
a nossa falta.

Mas, como já disse em privado a um membro desta lista, não esperem que
perca mais o meu tempo a sugerir o que quer que seja a quem tanto
delibera e decide sobre "formas de luta".

Em 9 de outubro de 2012 17:34, Alexandre Monteiro <no.arame@gmail.com> escreveu:

Já trabalhei no IPA e já fui "dispensado" - leia-se despedido - de lá,
com um mês de notificação, depois de ter largado uma carreira no
ensino pela alegria da precaridade de ser avençado do Estado. Também
eu tinha rendas e alimentação e contas que pagar. Portanto, caro
André, dispense-me do moralismo - been there, done that, way long
back.

E depois, volta a encanitar-me que as pessoas tresleiam o que escrevo.
Eu não disse que era contra as pessoas se maifestarem - aliás, já fui
a muitas, fui até levado à do 1º de Maio de 74.

Em 9 de outubro de 2012 17:10, André Freitas
<andremfreitas@portugalmail.pt> escreveu:

E em que é que "trabalhos de divulgação ou de beneficiação do património"
feitos de forma gratuita (como aparentemente sugere, pois o tempo gasto
nessa marcha não é pago a ninguém) beneficiaria aqueles que são afectados
"pelo flagelo da precariedade e da instabilidade laboral", pelo "desemprego
no sector"?

Como raio é que trabalhar de forma voluntária a troco de uma mão cheia de
nada, iria ajudar "os trabalhadores de Arqueologia, tal como os restantes
trabalhadores portugueses, se encontram numa situação cada vez mais
insustentável e privada dos mais elementares direitos".

Eu não compreendo como se pode confundir uma coisa com a outra, mas faço-lhe
a seguinte sugestão Alexandre:
Possivelmente, conhece alguns funcionários públicos que irão integrar o
pacote dos tais milhares a quem não vão renovar o contrato. Possivelmente
conhece (se não conhecer eu arranjo-lhe o contacto de uns quantos) alguns ou
muitos trabalhadores da arqueologia, entre técnicos, arqueólogos, etc, que
atravessam um momento muito complicado, sem trabalho, sem subsidios, sem as
minimas condições para prosseguir a sua actividade, mas mais importante que
tudo, que estão a viver à custa de pais, irmãos, amigos, trabalhos
esporádicos, etc, e não vêm um futuro nada risonho pela frente.

Lanço-lhe um desafio caro Alexandre, eu apelo-lhes a que gastem um dia do
seu tempo a manifestarem-se!
Você diz-lhes directamente para que de forma voluntária e gratuitamente
gastem uma boa parte do seu tempo "em trabalhos de divulgação ou de
beneficiação do Património". Exactamente o mesmo tipo de trabalhos para que
eles estão habilitados, para os quais investiram os seus estudos, a partir
dos quais tencionavam construir uma vida estável, e para os quais já foram
pagos.
Depois colocamos aqui as respostas que obtivemos...

Que tal acha da ideia? Isto pode ser chato e mesmo confragedor.
Fazemos antes assim: imagine que é despedido, tem 25, 30, 35, 40 anos, tem
uma renda para pagar, ou vive em casa dos pais. Os pais não são ricos, não
podem ajudar, ou mesmo podendo, isso vai contra a sua dignidade. Tem filhos,
ou só um cão, um gato, um peixe, o que for. Não tem poupanças nenhumas
porque nunca recebeu nada de jeito. Não herdou nenhuma fortuna. Não recebe
nenhum subsidio. Anda já há uns meses à procura de trabalho, um em que lhe
paguem pelo que faz, não interessa o quê, e não encontra nada. Há uma
manifestação para chamar a atenção para a situação em que você, e outros
como você se encontra...

Depois aperece um génio, um iluminado, que afinal tem a solução para todos
os seus problemas e diz-lhe:

"Vais a uma manifestação? Não tens mais nada que fazer? E que tal se
continuasses a fazer o que fazias antes, mesmo que não te paguem para isso?"

Não sei o que o caro Alexandre responderia a essa mente brilhante. Aquilo
que eu diria a esse "génio" não o vou reproduzir aqui, por respeito,
educação, e sobretudo para não baixar ainda mais o nível a que esta
mailinglist muitas vezes chega.
Contudo, acredito que o Alexandre seja capaz de imaginar o conteúdo de tal
resposta, e digo-lhe já que não era um discurso nem cordial, nem
construtivo... Faça uso da sua imaginação!

PS: não faço nem pretendo fazer parte de qualquer estrutura sindical.
Simplesmente revolta-me que alguém sugira que a solução para os problemas
com que nos deparamos actualmente, seja a simples resignação. As
manifestações não serão sozinhas a solução, é verdade, mas ajudam a que se
perceba a dimensão dos problemas, e a que as pessoas se mobilizem. Agora
trabalhar de borla, não obrigado. Não tenho pais ricos, e não reconheço a
ninguém o direito de dizer que a arqueologia é apenas para quem tem
capacidade finaceira para a exercer.


André Freitas
Arqueólogo




Citando Alexandre <no.arame@gmail.com>:

Não teria mais impacto usar-se o tempo gasto nessa marcha em trabalhos de
divulgação ou de beneficiação do Património?

Enviado do meu HTC


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De: Grupo pró sindicato Arqueologia <gtsindicato@gmail.com>
Enviado: quinta-feira, 4 de Outubro de 2012 18:02
Para: archport@ci.uc.pt
Assunto: [Archport] Comunicado GTPS - Marcha contra o Desemprego

No seguimento da reunião do GTPS no passado dia 2 de Outubro, vimos por este
meio divulgar o seguinte comunicado:


"Caros Colegas,


- Considerando que o sector da Arqueologia é fortemente marcado pelo flagelo
da precariedade e da instabilidade laboral;
- Considerando que o desemprego no sector é um fenómeno em amplo
crescimento, nomeadamente em virtude da paragem de vários projectos e obras
nacionais, mas também do sub-financiamento das instituições ligadas à
Arqueologia;
- Considerando que os trabalhadores de Arqueologia, tal como os restantes
trabalhadores portugueses, se encontram numa situação cada vez mais
insustentável e privada dos mais elementares direitos; ... "


O comunicado pode ser lido na integra aqui.

--
Grupo de Trabalho Pró-Sindicato em Arqueologia
http://www.sindicatodearqueologia.blogspot.com
http://www.facebook.com/gtpsarqueologia
gtsindicato@gmail.com












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