Re: [Archport] Informação Arqueológica - uma opinião
Não entende, mas eu explico:
Uma obra de arte, um terreno, são de quem os pagou - geralmente, são privados.
Os bens arqueológicos são públicos e ao Estado cabe zelar pela sua integridade, estudo, preservação, etc.
Neste caso, os interesses públicos e difusos de todos os cidadãos enquanto Povo sobrepõem-se aos interesses privados de alguns desses mesmos cidadãos, proprietários desses terrenos ou dessas obras.
-----Original Message-----
From: archport-bounces@ci.uc.pt [mailto:archport-bounces@ci.uc.pt] On Behalf Of Ricardo Charters d'Azevedo
Sent: 25 February 2013 15:52
To: archport@ci.uc.pt
Subject: [Archport] RE: Informação Arqueológica - uma opinião
Bom dia
Interessante esta discussão, pois conclui-se que em relação a outras profissões como a dos engenheiros ou dos arquitectos, o trabalho que estes fazem são propriedade de quem os contratou (claro com a autoria de quem os
produziu) e a sua publicação, mesmo para serem usados como comunicação científica carecem de autorização expressa do "dono da obra".
No caso da arqueologia, parece que se considera que um trabalho desenvolvido por um arqueólogo e pago pelo dono do terreno, mesmo que seja o Estado, pode ser publicado livremente sem poder ter a oposição do "dono da obra".
Percebo, e tal acontece com as outras profissões, que numa comunicação científica ou elaborada para efeitos curriculares se possa citar a elaboração de um trabalho, mas muitas vezes tal trabalho nunca será publicado nem tornado público, pois o quem o pagou não aceita que tal se faça. Podemos estar a falar de uma ponte, de uma estrada, de uma "decoração", de um edifício, de um projecto de arquitectura de interiores, todos com inovações.
No caso da arqueologia entende-se que o trabalho é 100% do arqueólogo e ele poderá difundir a informação que foi realizado e do que lá se concluiu. E mesmo de todo o relatório Lembro que um destes trabalhos/projectos de engenharia ou de arquitectura são entregues cópias ás autoridades nacionais, logicamente, mas não me parece que o "dono da obra" esteja interessado nas actividades de desenvolvimento curricular ou académico de quem o realiza. Ele só pretende ter o relatório/projecto para entregar ás autoridades em cumprimento de uma determinação legal Meus caros, considero que alguma coisa está mal... u eu não entendo.
Cumprimentos
Ricardo Charters d'Azevedo
Message: 1
Date: Mon, 25 Feb 2013 10:54:15 +0000
From: Joao Tereso <jptereso@gmail.com>
Subject: [Archport] Informação Arqueológica - uma opinião
To: archport@ci.uc.pt
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Bom dia a todos
Em relação à proposta de ressuscitar a ?Informação Arqueológica? confesso que não vejo a necessidade e que facilmente consigo imaginar alternativas mais baratas e simples.
A ?Informação Arqueológica? sempre me pareceu uma boa desculpa para não publicar mais nada. Afinal, não se podia acusar ninguém de não publicar, pois estava publicado na ?Informação Arqueológica?. Gostaria de saber quantos sítios ou simplesmente intervenções estão publicados exclusivamente na ?Informação Arqueológica?.
Na verdade, uma ?publicação anual reunindo os resumos de todos os trabalhos arqueológicos realizados" não me parece uma coisa necessária.
Prefiro que a informação disponível através do Portal do Arqueólogo seja mais facilmente pesquisável. Querendo saber que trabalhos foram feitos no ano que passou só precisaria de ter hipóteses de pesquisa avançada mais eficazes, que permitissem colocar em pesquisa o ano dos trabalhos, o tipo de intervenção, a cronologia da jazida e ainda fazer pesquisas por arqueólogo, por Região, Concelho e até Empresa. Naturalmente que concordo que sejam os arqueólogos responsáveis pela intervenção a escrever o que ficará disponível; para isso servem as fichas de sítio/trabalho arqueológico. Mas estas entradas nunca constariam como publicação. O sítio/trabalho arqueológico não fica publicado por surgir no Portal do Arqueólogo.
No final, o relatório dos trabalhos ficaria disponível. Sou a favor da disponibilização de relatórios, mas, como diz António Valera, só depois de dar um prazo a nós arqueólogos para rentabilizarmos os resultados das nossas intervenções. Este prazo teria que ser discutido e deveria ter em conta os constrangimentos contratuais que foram mencionados. O relatório não é uma publicação (não consta dos nossos CV), mas é citável, como qualquer ?grey literature?, para o caso de passado o prazo não existir nada publicado.
Porquê complicar o que pode ser simples? Melhora-se o Portal do Arqueólogo e passamos a ter o que, meritoriamente, os subscritores deste debate solicitavam.
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João Pedro Vicente Tereso
CIBIO - Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos/Research Center In Biodiversity and Genetic Resources Universidade do Porto/University of Porto
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