1ª
Estágios no Parlamento Europeu –
opção geral
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Data
limite: 15 Maio / 15 Outubro
O
Parlamento Europeu (PE) proporciona aos cidadãos diversas modalidades de
estágios bianuais no seio do seu Secretariado-Geral.
A
modalidade de estágios remunerados (Bolsas Schuman), opção geral,
destina-se a titulares de diplomas universitários ou de estabelecimentos de
ensino equiparados. Os candidatos aos estágios Robert Schuman - opção geral
- devem produzir prova de ter redigido um trabalho escrito de fundo.
Poderá
ser atribuída a "Bolsa Chris Piening" a um candidato cujo
trabalho de fundo tenha versado especificamente sobre o tema das relações
entre a UE e os Estados Unidos.
Condições gerais de admissão
- Possuir nacionalidade de um Estado-Membro da UE
ou de um país candidato à adesão à União Europeia
- Ter completado 18 anos de idade na data de início
do estágio
- Possuir um conhecimento profundo de uma das
línguas oficiais da UE e um bom conhecimento de uma outra dessas
línguas
- Não ter beneficiado de qualquer estágio
remunerado junto de uma Instituição europeia
Duração
5
meses
Início
- 1 de Março (inscrição de 15 de Agosto a 15 de
Outubro)
- 1 de Outubro (inscrição de 15 de Março a 15 de
Maio)
Fonte oficial
Regras
internas relativas aos estágios (PDF 43KB)
Estagiar
no PE - Bolsas Shuman
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2ª
III ENCONTRO MUNDIAL DE PESSOAS COM
DEFICIÊNCIA DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS
À
semelhança do I e II Encontro Mundial de Pessoas com Deficiência das
Comunidades Portuguesas a Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas
organizará o III Encontro envolvendo cidadãos Portugueses da diáspora e
nacionais residentes portadores de deficiência. O evento decorrerá em Lisboa de
11 a 15
de Outubro de 2010 realizando-se ainda um Fórum para troca de impressões e
experiências.
A validação da
candidatura carece de parecer do titular da missão diplomática a que pertence o
candidato e da confirmação da sua inscrição no consulado, pelo que as
candidaturas deverão ser efectuadas, até ao dia 15 de Maio, junto do posto
consular que as remeterá ao Gabinete do Secretário de Estado das Comunidades
Portuguesas. Para mais informação ou esclarecimento podem os interessados
dirigir-se para o e-mail nuno.barreto@mne.gov.pt.
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3ª
15º WORLD CONGRESS OF
INCLUSION INTERNATIONAL
Está
já em andamento o 15º Congresso Mundial de Inclusão Internacional que terá
lugar de 16 a
19 de Julho de 2010, em Berlim. É organizado pela Lebenshielfe Germany e
pela Inclusion Europe.
Segundo
a organização, o congresso terá "um excelente e interessante programa, bem
como a possibilidade de desfrutar excelentes eventos culturais. O Congresso
Mundial será, não só um espaço de intercâmbio de conhecimentos, mas também um
espaço para todos se divertirem muito!"
Encontre
AQUI o programa detalhado.
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4º
Jovens e adultos com deficiência congénita ou adquirida
encontram obstáculos à inserção ou regresso ao mercado de trabalho. O apoio a
essa transição surge de instituições que constroem planos de acompanhamento
individual.
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Os
números denunciam a realidade. A percentagem dos jovens com deficiências que frequentaram
os cursos de formação profissional no Centro de Reabilitação Profissional de
Gaia (CRPG), em Vila Nova
de Gaia, e encontraram uma porta aberta no mercado de trabalho, tem vindo a
diminuir. Em 2007, foram "absorvidos" 69% dos jovens, um ano depois
61% e no ano passado a percentagem caiu para 43%. As empresas disponíveis
para receber trabalhadores com limitações são cada vez mais micro e a crise
também ajuda a explicar a queda da receptividade por parte dos empregadores.
Jerónimo Sousa, director do CRPG, esclarece que há duas realidades distintas
a que a instituição de Vila Nova de Gaia presta atenção e dá apoio. Utentes
com deficiências congénitas, que precisam de ajuda na transição da escola
para a vida activa; e utentes com deficiência adquirida por acidente ou
doença que, de repente, interromperam o seu percurso profissional. "A
integração e a reintegração não são tarefas fáceis", refere. E há
estudos desenvolvidos que demonstram que, em Portugal, os mais jovens que
padecem de uma deficiência encontram menos dificuldades em entrar no mundo
laboral dos que adquiriram uma deficiência ao longo da vida e foram obrigados
a interromperem a sua carreira por acidente ou doença.
O CRPG tem um conjunto de respostas diversificadas para a integração socioprofissional
do público-alvo com quem trabalha. Jerónimo Sousa lembra, no entanto, que
ainda hoje a cultura nacional tende a colocar o doente num canto, de lado. A
entrada no mercado de trabalho esbarra, portanto, com alguns problemas.
"Ainda há o preconceito de que a deficiência significa menos
valor", comenta. E há ainda as dificuldades de mobilidade que podem
condicionar a decisão dos empresários. Há, por isso, várias dificuldades para
contornar.
O CRPG, fundado em 1992, tem várias respostas para pessoas com necessidades
especiais. O centro de recursos para a inclusão tem as portas abertas para
jovens com deficiência que pretendam transitar da escola para a vida activa.
Fazem-se planos individuais, desenvolvem-se competências pessoais e
profissionais, mobilizam-se empregadores, dá-se apoio à participação social e
vida autónoma. A reabilitação profissional, por outro lado, destina-se a
vítimas de acidentes de trabalho, doenças profissionais ou crónicas. Em todo
o processo há um acompanhamento individualizado para recuperar, desenvolver e
optimizar as capacidades funcionais. As necessidades específicas de cada um
são tidas em conta e o projecto individual de reabilitação é também definido
com as entidades empregadoras. Para que haja ajustes às necessidades e
expectativas.
Quando um projecto profissional é interrompido por um acidente de trabalho ou
doença profissional, o CRPG tenta garantir a continuidade da carreira através
de uma intervenção organizada. Nesse sentido, identificam-se necessidades de
intervenção, elabora-se um plano de trabalho, desenvolvem-se competências
para tentar regressar ao mercado de trabalho.
Fisioterapia, terapia da fala, terapia ocupacional, intervenção psicológica e
avaliação físico-funcional integram a parte de uma intervenção complementar
que pretende recuperar e desenvolver capacidades funcionais. O CRPG trabalha
ainda a reabilitação neuropsicológica para pessoas afectadas por lesão
cerebral adquirida, na tentativa de recuperar capacidades perdidas. Um
processo que inclui a intervenção psicológica e treino cognitivo, entre
outras etapas.
Há 29 anos que o Centro de Educação e Formação Profissional Integrada, no
Porto, que nasceu de um protocolo entre o Instituto de Emprego e Formação
Profissional e o Movimento de Apoio ao Diminuído Intelectual, dá resposta na
área da formação e emprego a pessoas com necessidades especiais. A integração
social e profissional, a interacção com as famílias e ligação ao tecido
empresarial e à comunidade têm sido vectores importantes na sua acção.
Olga Figueiredo, directora do centro, adianta que a realidade tem as suas
barreiras. "Temos vindo a sentir uma maior dificuldade de integração no
mercado de trabalho". O cenário mudou nos últimos anos. A responsável
atribui essa situação ao ambiente de crise que se vive. As empresas estão a
empregar menos gente e "as pessoas com deficiência são mais
vulneráveis". Neste momento, a instituição tem cerca de 150 pessoas com
deficiência na formação profissional e nem todos encontrarão lugar no mundo
laboral.
O trabalho é pensado ao pormenor e a instituição procura ajudar pessoas com
deficiências a construírem o seu projecto de vida, através da descoberta de
competências e motivações pessoais, com os olhos postos numa futura
realização pessoal e profissional. Na unidade de avaliação e orientação
profissional, identificam-se motivações e interesses, definem-se as áreas a
desenvolver e tomam-se decisões quanto ao percurso formativo. Por ano, cerca
de 300 pessoas recorrem a este serviço.
Depois da avaliação inicial, há um estágio de avaliação e orientação
profissional. A entrada no mercado de trabalho pode ser um processo bastante
complicado e o Centro de Educação e Formação Profissional Integrada tem uma
unidade de formação para preparar quem sonha ter um emprego ou iniciar uma
ocupação. Uma equipa de técnicos ajuda os formandos a deixarem vir ao de cima
o melhor que têm para dar. Melhorar as capacidades de adaptação às exigências
e características do mundo do trabalho é um dos grandes objectivos.
Este centro tem ainda um enclave de produção que assegura o exercício de uma
actividade remunerada, num ambiente de emprego protegido, a pessoas com
deficiência intelectual. Construção e manutenção de jardins, embalagem e
montagem de diversos produtos e confecção e distribuição de pão e produtos de
pastelaria são as actividades possíveis para facilitar a transição para o
mercado de trabalho. A autonomia pessoal e social também ganha com esta
experiência. Há várias portas que se podem abrir: no mercado de trabalho, na
formação profissional, nos centros de reabilitação.
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5ª
Já é possível conduzir uma cadeira de rodas eléctrica, fazer chamadas
de telemóvel ou acender e apagar a luzes ou a televisão apenas com a direcção
do olhar. Tecnologia 100% portuguesa foi desenvolvida na Guarda.
O projecto chama-se "Magic Key" e é uma aplicação informática
desenvolvida no Instituto Politécnico da Guarda, dirigida a pessoas com
dificuldades físicas ao nível dos membros superiores, permitindo utilizar todas
as aplicações de um vulgar computador.
A tecnologia foi agora aplicada a uma cadeira de rodas eléctrica, que
já foi testada em pessoas que apenas têm a capacidade mexer os olhos. O
sistema, de tecnologia portuguesa, utiliza uma câmara de alta definição e uma
aplicação informática que determina a direcção do olhar do utilizador, que é
depois enviada ao módulo de controlo da cadeira que permite transformar os
parâmetros recebidos em movimentos da própria cadeira.
Para que a cadeira ande para a frente, o utilizador tem que olhar para cima de
um ponto de referência que se situa próximo da câmara. Para a cadeira andar
para trás, o utilizador tem que olhar para uma zona abaixo do ponto de
referência. O mesmos se passa quando quer virar para a esquerda ou para a
direita, bastando assim olhar para a direcção para onde quiser ir.
Uma câmara de alta-definição ligada ao computador capta as imagens da
face do utilizador e transmite-as à aplicação desenvolvida, que determina o
local do monitor para onde o utilizador está virado e posiciona nesse local o
cursor do rato. Quando o utilizador fecha os olhos, a aplicação interpreta essa
acção como se isso significasse o premir do botão do rato.
Para escrever sem as mãos, utiliza-se um vulgar teclado virtual no
ecrã. O utilizador só terá que posicionar o cursor do rato na letra pretendida
e piscar o olho. De imediato a tecla seleccionado será enviada para a
aplicação.
Esta tecnologia tornou possível que pessoas com deficiências motoras
graves possam utilizar qualquer programa instalado no computador, como navegar
na Internet, fazer chamadas de telemóvel, conversar em chats ou fóruns,
escrever em processadores de texto, entre outras.
Objectivo: ajudar pessoas com deficiências motoras
O projecto Magic Key começou há cerca de cinco anos. Luís Figueiredo,
engenheiro de comunicações e telecomunicações pensou que poderia utilizar as
potencialidades das novas tecnologias para melhorar a vida de pessoas com
deficiências. "Queria que pudessem interagir com um computador de uma
forma fácil, simples e económica", explica, acrescentando que, no caso dos
equipamentos comandados apenas com o olhar, o grande investimento monetário
está na câmara de alta-definição que tem de se aplicar ao computador.
Pensou em conjugar o mundo da electrónica, comunicações e informática e
aplicá-lo às necessidades de pessoas com deficiência e fortemente
incapacitadas. Luís Figueiredo, o responsável do projecto "Magic
Key", afirma que vai até onde a imaginação e a criatividade o levar.
Todavia, e apesar do apoio da Fundação PT, têm-se deparado com dificuldades
para conseguir mais apoios financeiros que sustentem a investigação.
"Estamos num Instituto Politécnico que ainda por cima fica no interior e
nem sempre a investigação nestas unidades é bem apadrinhada. Não é fácil
convencer as entidades. Prova disso é a Fundação para a Ciência e Tecnologia
que nunca nos apoiou". As vendas dos produtos e serviços que desenvolvem
são imediatamente investidas na investigação", explica. Garante que estão
abertos à participação de empresas nos projectos de investigação mas avisa:
"desde que entendam que o princípio deste projecto não é fazer lucros
financeiros. Existem outros tipos de lucros, como ajudar as pessoas com graves
deficiências".
Cada caso é um caso: não há duas pessoas iguais e cada uma tem as suas
necessidades especiais. "É fundamental receber o retorno dos utilizadores
para podermos adaptar a tecnologia a cada um", explica.
"Se tivéssemos design e marketing seria uma grande ajuda para
tornar os produtos melhores e divulgar os nossos projectos. Para já interessa-nos
a funcionalidade mas é importante, de futuro, adicionar um design mais
apelativo e que se possa adequar melhor às necessidades do utilizador",
diz.
Para saber mais ou pedir informações sobre o projecto Magic Key
consultar: http://www.magickey.ipg.pt/
(in Expresso
on-line - 5 de Maio de 2010)
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6º
"É necessário promover mais informação"
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Sara R. Oliveira| 2010-05-05
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Carla Vieira Faria, fundadora do site www.ajudas.com,
refere que a sociedade portuguesa tem ainda muito a aprender sobre
reabilitação e ajudas técnicas a pessoas com deficiências.
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Carla Vieira Faria é especializada em desenvolvimento web
acessível e formadora na área. É também investigadora e técnica de
reabilitação ao nível das tecnologias e fundou o www.ajudas.com há cinco
anos. Um site com muita informação acessível a todas as pessoas, aos cidadãos
portadores de deficiência. Um portal sobre reabilitação e ajudas técnicas,
que promove iniciativas solidárias. E é o único portal nacional e mundial a
oferecer brinquedos e computadores adaptados a crianças jovens e adultos com
deficiência.
Privilegia-se a parceria. "Em Portugal, existe a cultura de cada um
fazer por si e isso é o que tentamos demonstrar que não resulta" -
revela. Dedica-se a desenvolver soluções universais e acessíveis a todos.
Tem, por isso, uma empresa que desenvolve tecnologia para equipamentos
móveis, para que a informação esteja sempre disponível.
Rigor, bons conhecimentos, saber quais os constrangimentos no acesso à
informação. Tudo é importante para construir sites acessíveis a deficientes. "Cada pessoa pode ter
necessidades muito diferentes e, infelizmente, em Portugal não se trabalha
para um conjunto de pessoas. Pensa-se num caso e faz-se para esse caso"
- alerta Carla Vieira Faria.
EDUCARE.PT: O que a
levou a fundar o portal www.ajudas.com? Quais os objectivos desta plataforma?
Carla
Vieira Faria: Na altura, em 2005, a informação
concentrada num só local era inexistente como infelizmente ainda hoje
acontece. Senti necessidade por todos os motivos pessoais e profissionais -
sou investigadora e técnica de reabilitação ao nível das tecnologias - de
criar um espaço onde, no fundo, se aglutinassem várias valências: informação,
serviços, iniciativas, divulgação de organizações não governamentais,
projectos nacionais e internacionais, etc. Posteriormente nasceram outros
espaços, como a bolsa de emprego e o espaço para seniores. Este e outros
espaços vão nascendo devido à escassez de sítios acessíveis a todas as
pessoas, refiro-me à acessibilidade web e electrónica segundo as normas
internacionais W3C, o que, infelizmente, condiciona o acesso à informação de
cidadãos com deficiência.
E: Um portal sobre
reabilitação e ajudas técnicas. Quem é o público-alvo?
CVF: O nosso público, neste momento, é todas as pessoas. Cada vez
mais o ajudas.com tem visitantes muito diferenciados: desde pais e familiares
de pessoas com deficiência, a pessoas seniores ou familiares e técnicos das
mais diversas valências.
E: Que serviços presta
e a que níveis?
CVF: O ajudas.com, por si só, não presta serviços nem vende nada.
Quem o faz, e recomendamos, são os nossos parceiros. O ajudas.com tem como
missão informar, encaminhar, ajudar, promover, apoiar sem que isso signifique
para o visitante pagar ou ter acesso a serviços directos. Os parceiros que
estão connosco prestam serviços, vendem produtos, apoiam e encaminham assim
que sinalizamos os casos que recebemos todos os dias. O ajudas.com faz,
sobretudo, iniciativas solidárias. Somos o único portal nacional e mundial a
oferecer brinquedos adaptados - respectivo manípulo sem o qual as adaptações
pouco servem - e computadores totalmente adaptados a crianças jovens e
adultos com deficiência.
Claro que as ofertas estão dependentes do que nos oferecem e, por isso, estas
iniciativas podem ter quebras e não chegar onde desejaríamos, mas não temos
orçamento próprio e os parceiros envolvidos nestas iniciativas já fazem o que
podem. Precisamos de mais parceiros, gostaríamos que as entidades nacionais,
como as fundações que deveriam dar este tipo de resposta neste campo, e nunca
nos ajudaram, o passem a fazer de forma oficial e contínua. Em Portugal,
existe a cultura de cada um fazer por si e isso é o que tentamos demonstrar
que não resulta. O trabalho em parceria para nós é fundamental.
E: Fora da Internet,
que intervenções desenvolve?
CVF: Trabalhamos. No meu caso específico, trabalho com tecnologia
tendo sempre como premissa o desenvolvimento de soluções universais e
acessíveis a todos. Tenho a minha empresa que, neste momento, desenvolve
tecnologia para equipamentos móveis. Trata-se de mini-aplicações (widgets) que se instalam no telemóvel e que nos permitem ter acesso às
mais diversas informações. Desde informação do local mais próximo, a dados
sobre ofertas de emprego passando pelos filmes em cartaz, farmácias de
serviço, etc.
E: O feedback tem sido positivo? O site tem sido muito procurado?
CVF: O ajudas.com tem um feedback
diário de centenas de e-mails. Tem quatro milhões de visitantes desde Março
de 2006. Pelo que nos é dado entender - e confirmámos - é recomendado pelas
mais altas entidades nacionais e algumas internacionais nomeadamente do
Brasil, Angola, Moçambique e Argentina.
E: Em relação às ajudas
técnicas, qual o trabalho que o portal promove?
CVF: Em conjunto com o patrocinador oficial - Grupo Setcom - adapta,
produz e oferece algumas ajudas de carácter tecnológico. Com o apoio da
Universidade do Minho e do professor Fernando Ribeiro, conseguimos garantir a
adaptação de brinquedos, equipamentos electrónicos, à medida e necessidade de
cada um. Em relação a ajudas técnicas mais comuns, cadeiras de rodas, camas, software específico que não tenhamos, encaminhamos para entidades que
sabemos que podem ajudar.
E: Quais as principais
dúvidas que vos chegam?
CVF: Há muitas questões acerca da legislação, apoios ao emprego e
soluções ajustadas. Também nos pedem imensos serviços e produtos de qualidade
para seniores e pessoas com deficiência. As dúvidas colocam-se sempre acerca
da qualidade e eficácia.
E. E que técnicos têm
para dar respostas?
CVF: Temos um leque alargado de especialistas na equipa em todas as
áreas. E temos os parceiros que nos dão um apoio muito grande e determinante
para todas as pessoas.
E: A sociedade tem
consciência das dificuldades de quem vive num universo de reabilitação?
CVF: A nossa sociedade tem muito que aprender acerca destes
assuntos. Já se sentem evoluções desde que temos a Secretaria de Estado e o
novo INR, antigo SNRIPD, Instituto Nacional para a Reabilitação. Estes
organismos são muito importantes para que se fale, se debata e se discutam
assuntos de deficiência, reabilitação, integração de pessoas com deficiência,
seniores, etc. O INR, em particular, é hoje um organismo mais ágil, dinâmico
e que já é muito mais conhecido do que o que era. Foi um bom e importante
passo para que a sociedade em que vivemos esteja mais actualizada acerca
destes temas que, no fundo, são a nossa realidade pois estamos num país que
está a envelhecer. E que infelizmente continua a ter inúmeros casos de
nascimentos de crianças com deficiência, para além das doenças como
Alzheimer, Parkinson, etc., tão frequentes hoje em dia.
E: O que é necessário
mudar para compreender os problemas da mobilidade condicionada e das próprias
deficiências?
CVF: É necessário promover mais informação. Mas esta informação
carece de rigor. Infelizmente notamos que, muitas vezes, se abordam as
questões pela rama, não se aprofundam temas, nem se tem um discurso claro e
objectivo. Isso penaliza quem quer saber e acaba por não esclarecer.
E: Hoje em dia, há soluções tecnológicas
suficientes para pessoas com deficiência?
CVF: Nunca há tudo. Cada pessoa pode ter necessidades muito
diferentes e, infelizmente, em Portugal não se trabalha para um conjunto de
pessoas. Pensa-se num caso e faz-se para esse caso. Isto é contra o que
defendo. Hoje temos de pensar de forma mais profissional, não resolver
problemas no agora. Temos de planear, pensar que temos de conceber soluções
para pessoas muito diferentes. É isso que fazemos no ajudas.com. É isso que
faço na minha vida e promovo na minha empresa.
E: Que cuidados se deve
ter na construção de sites que
sejam acessíveis a portadores de deficiência?
CVF: Ser rigoroso, conhecer o que são, de facto, os constrangimentos
no acesso à informação e o que os provoca, ter largos e bons conhecimentos de
programação, não se acomodar a "pacotes pré-feitos", pensar no backoffice e fazer sites que possam ser actualizados por pessoas com deficiência ou
baixa literacia tecnológica, saber o que são e utilizar tecnologias de apoio.
E: A nível pedagógico,
há material tecnológico disponível para um público com características
especiais? O que falta fazer?
CVF: Existe muito pouco e o que existe, como o que eu e o meu
marido, Pedro Ivo Faria, fizemos e foi largamente premiado - recebemos, ao
todo, 14 prémios nacionais e internacionais -, não foi divulgado nem apoiado
por nenhuma instituição ou organismo nacional. Hoje em dia, o software pouco se vende, apesar de continuarmos com muito pedidos
diários, como é o exemplo do Pocket Voice - que devido à existência de outros
produtos mais complexos e pouco user-friendly
voltou a ser muito solicitado.
E: O que a levou a
"mergulhar" nesse mundo da reabilitação e das soluções tecnológicas
a pensar nas pessoas com deficiência?
CVF: Questões pessoais, profissionais e o forte desejam que sempre
tive de fazer por todos e para todos!
As escolhas de Carla Vieira Faria
Um
autor
Eça de Queirós.
Um
político
Professor doutor David Justino e professor Cavaco Silva.
Uma
viagem
Todas as que puder a Angola. Ajudar a minha terra a crescer será sempre um
objectivo que tentarei concretizar.
Uma
memória de infância
A minha terra: Luanda.
Um
sonho por realizar
Criar espaços que sejam locais inclusivos para todos, que funcionem sete
dias por semana. Estas soluções não existem porque pensar em ser inclusivo,
ter este tipo de serviço, tem uma conotação: é caro e nunca sabemos se é,
de facto, bom e seguro. O projecto que gostaria de implementar é o exemplo
de muitos que existem lá fora: que promova a diversidade de actividades e o
acesso a todos, propicie a interacção entre gerações e disponha de um
espaço sem "barreiras". Tudo isso e um parque infantil acessível.
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Universidade
de Coimbra • Administração
Departamento
Académico • Divisão Técnico-Pedagógica
Apoio
Técnico-Pedagógico a Estudantes Deficientes
Palácio dos Grilos • Rua da Ilha |
3000-214 COIMBRA • PORTUGAL
Tel.: +351 239 857 000 (Ext. 395) | Fax: +351
239 857 012
E-mail: mcorreia@ci.uc.pt
www.uc.pt/depacad/atped
| www.uc.pt/administracao
Este
e-mail pretende ser amigo do ambiente. Pondere antes de o imprimir!
A
Universidade de Coimbra dá preferência a produtos e serviços com menor impacto
ambiental.
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