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[Atped] Dinamização maillinglist de Junho 2010

To :   <atped@ml.ci.uc.pt>
Subject :   [Atped] Dinamização maillinglist de Junho 2010
From :   "Maria Jose Correia" <mcorreia@ci.uc.pt>
Date :   Mon, 31 May 2010 09:00:48 +0100

Estágios no Parlamento Europeu – opção geral

 

 

Luxemburgo / Bruxelas

Data limite: 15 Maio / 15 Outubro

O Parlamento Europeu (PE) proporciona aos cidadãos diversas modalidades de estágios bianuais no seio do seu Secretariado-Geral.

A modalidade de estágios remunerados (Bolsas Schuman), opção geral, destina-se a titulares de diplomas universitários ou de estabelecimentos de ensino equiparados. Os candidatos aos estágios Robert Schuman - opção geral - devem produzir prova de ter redigido um trabalho escrito de fundo.

Poderá ser atribuída a "Bolsa Chris Piening" a um candidato cujo trabalho de fundo tenha versado especificamente sobre o tema das relações entre a UE e os Estados Unidos.

Condições gerais de admissão

  • Possuir nacionalidade de um Estado-Membro da UE ou de um país candidato à adesão à União Europeia
  • Ter completado 18 anos de idade na data de início do estágio
  • Possuir um conhecimento profundo de uma das línguas oficiais da UE e um bom conhecimento de uma outra dessas línguas
  • Não ter beneficiado de qualquer estágio remunerado junto de uma Instituição europeia

 Duração

5 meses

Início

  • 1 de Março (inscrição de 15 de Agosto a 15 de Outubro)
  • 1 de Outubro (inscrição de 15 de Março a 15 de Maio)

Fonte oficial

Regras internas relativas aos estágios (PDF 43KB)

Estagiar no PE - Bolsas Shuman

 

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III ENCONTRO MUNDIAL DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS

À semelhança do I e II Encontro Mundial de Pessoas com Deficiência das Comunidades Portuguesas a Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas organizará o III Encontro envolvendo cidadãos Portugueses da diáspora e nacionais residentes portadores de deficiência. O evento decorrerá em Lisboa de 11 a 15 de Outubro de 2010 realizando-se ainda um Fórum para troca de impressões e experiências.

A validação da candidatura carece de parecer do titular da missão diplomática a que pertence o candidato e da confirmação da sua inscrição no consulado, pelo que as candidaturas deverão ser efectuadas, até ao dia 15 de Maio, junto do posto consular que as remeterá ao Gabinete do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. Para mais informação ou esclarecimento podem os interessados dirigir-se para o e-mail nuno.barreto@mne.gov.pt.

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15º WORLD CONGRESS OF INCLUSION INTERNATIONAL

Está já em andamento o 15º Congresso Mundial de Inclusão Internacional que terá lugar de 16 a 19 de Julho de 2010, em Berlim. É organizado pela Lebenshielfe Germany e pela Inclusion Europe.

Segundo a organização, o congresso terá "um excelente e interessante programa, bem como a possibilidade de desfrutar excelentes eventos culturais. O Congresso Mundial será, não só um espaço de intercâmbio de conhecimentos, mas também um espaço para todos se divertirem muito!"

Encontre AQUI o programa detalhado.

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Jovens e adultos com deficiência congénita ou adquirida encontram obstáculos à inserção ou regresso ao mercado de trabalho. O apoio a essa transição surge de instituições que constroem planos de acompanhamento individual.

Os números denunciam a realidade. A percentagem dos jovens com deficiências que frequentaram os cursos de formação profissional no Centro de Reabilitação Profissional de Gaia (CRPG), em Vila Nova de Gaia, e encontraram uma porta aberta no mercado de trabalho, tem vindo a diminuir. Em 2007, foram "absorvidos" 69% dos jovens, um ano depois 61% e no ano passado a percentagem caiu para 43%. As empresas disponíveis para receber trabalhadores com limitações são cada vez mais micro e a crise também ajuda a explicar a queda da receptividade por parte dos empregadores.

Jerónimo Sousa, director do CRPG, esclarece que há duas realidades distintas a que a instituição de Vila Nova de Gaia presta atenção e dá apoio. Utentes com deficiências congénitas, que precisam de ajuda na transição da escola para a vida activa; e utentes com deficiência adquirida por acidente ou doença que, de repente, interromperam o seu percurso profissional. "A integração e a reintegração não são tarefas fáceis", refere. E há estudos desenvolvidos que demonstram que, em Portugal, os mais jovens que padecem de uma deficiência encontram menos dificuldades em entrar no mundo laboral dos que adquiriram uma deficiência ao longo da vida e foram obrigados a interromperem a sua carreira por acidente ou doença.

O CRPG tem um conjunto de respostas diversificadas para a integração socioprofissional do público-alvo com quem trabalha. Jerónimo Sousa lembra, no entanto, que ainda hoje a cultura nacional tende a colocar o doente num canto, de lado. A entrada no mercado de trabalho esbarra, portanto, com alguns problemas. "Ainda há o preconceito de que a deficiência significa menos valor", comenta. E há ainda as dificuldades de mobilidade que podem condicionar a decisão dos empresários. Há, por isso, várias dificuldades para contornar.

O CRPG, fundado em 1992, tem várias respostas para pessoas com necessidades especiais. O centro de recursos para a inclusão tem as portas abertas para jovens com deficiência que pretendam transitar da escola para a vida activa. Fazem-se planos individuais, desenvolvem-se competências pessoais e profissionais, mobilizam-se empregadores, dá-se apoio à participação social e vida autónoma. A reabilitação profissional, por outro lado, destina-se a vítimas de acidentes de trabalho, doenças profissionais ou crónicas. Em todo o processo há um acompanhamento individualizado para recuperar, desenvolver e optimizar as capacidades funcionais. As necessidades específicas de cada um são tidas em conta e o projecto individual de reabilitação é também definido com as entidades empregadoras. Para que haja ajustes às necessidades e expectativas.

Quando um projecto profissional é interrompido por um acidente de trabalho ou doença profissional, o CRPG tenta garantir a continuidade da carreira através de uma intervenção organizada. Nesse sentido, identificam-se necessidades de intervenção, elabora-se um plano de trabalho, desenvolvem-se competências para tentar regressar ao mercado de trabalho.

Fisioterapia, terapia da fala, terapia ocupacional, intervenção psicológica e avaliação físico-funcional integram a parte de uma intervenção complementar que pretende recuperar e desenvolver capacidades funcionais. O CRPG trabalha ainda a reabilitação neuropsicológica para pessoas afectadas por lesão cerebral adquirida, na tentativa de recuperar capacidades perdidas. Um processo que inclui a intervenção psicológica e treino cognitivo, entre outras etapas.

Há 29 anos que o Centro de Educação e Formação Profissional Integrada, no Porto, que nasceu de um protocolo entre o Instituto de Emprego e Formação Profissional e o Movimento de Apoio ao Diminuído Intelectual, dá resposta na área da formação e emprego a pessoas com necessidades especiais. A integração social e profissional, a interacção com as famílias e ligação ao tecido empresarial e à comunidade têm sido vectores importantes na sua acção.

Olga Figueiredo, directora do centro, adianta que a realidade tem as suas barreiras. "Temos vindo a sentir uma maior dificuldade de integração no mercado de trabalho". O cenário mudou nos últimos anos. A responsável atribui essa situação ao ambiente de crise que se vive. As empresas estão a empregar menos gente e "as pessoas com deficiência são mais vulneráveis". Neste momento, a instituição tem cerca de 150 pessoas com deficiência na formação profissional e nem todos encontrarão lugar no mundo laboral.

O trabalho é pensado ao pormenor e a instituição procura ajudar pessoas com deficiências a construírem o seu projecto de vida, através da descoberta de competências e motivações pessoais, com os olhos postos numa futura realização pessoal e profissional. Na unidade de avaliação e orientação profissional, identificam-se motivações e interesses, definem-se as áreas a desenvolver e tomam-se decisões quanto ao percurso formativo. Por ano, cerca de 300 pessoas recorrem a este serviço.

Depois da avaliação inicial, há um estágio de avaliação e orientação profissional. A entrada no mercado de trabalho pode ser um processo bastante complicado e o Centro de Educação e Formação Profissional Integrada tem uma unidade de formação para preparar quem sonha ter um emprego ou iniciar uma ocupação. Uma equipa de técnicos ajuda os formandos a deixarem vir ao de cima o melhor que têm para dar. Melhorar as capacidades de adaptação às exigências e características do mundo do trabalho é um dos grandes objectivos.

Este centro tem ainda um enclave de produção que assegura o exercício de uma actividade remunerada, num ambiente de emprego protegido, a pessoas com deficiência intelectual. Construção e manutenção de jardins, embalagem e montagem de diversos produtos e confecção e distribuição de pão e produtos de pastelaria são as actividades possíveis para facilitar a transição para o mercado de trabalho. A autonomia pessoal e social também ganha com esta experiência. Há várias portas que se podem abrir: no mercado de trabalho, na formação profissional, nos centros de reabilitação.

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Conduzir uma cadeira de rodas só com o olhar

Já é possível conduzir uma cadeira de rodas eléctrica, fazer chamadas de telemóvel ou acender e apagar a luzes ou a televisão apenas com a direcção do olhar. Tecnologia 100% portuguesa foi desenvolvida na Guarda.

O projecto chama-se "Magic Key" e é uma aplicação informática desenvolvida no Instituto Politécnico da Guarda, dirigida a pessoas com dificuldades físicas ao nível dos membros superiores, permitindo utilizar todas as aplicações de um vulgar computador.

 A tecnologia foi agora aplicada a uma cadeira de rodas eléctrica, que já foi testada em pessoas que apenas têm a capacidade mexer os olhos. O sistema, de tecnologia portuguesa, utiliza uma câmara de alta definição e uma aplicação informática que determina a direcção do olhar do utilizador, que é depois enviada ao módulo de controlo da cadeira que permite transformar os parâmetros recebidos em movimentos da própria cadeira.
Para que a cadeira ande para a frente, o utilizador tem que olhar para cima de um ponto de referência que se situa próximo da câmara. Para a cadeira andar para trás, o utilizador tem que olhar para uma zona abaixo do ponto de referência. O mesmos se passa quando quer virar para a esquerda ou para a direita, bastando assim olhar para a direcção para onde quiser ir.

 Uma câmara de alta-definição ligada ao computador capta as imagens da face do utilizador e transmite-as à aplicação desenvolvida, que determina o local do monitor para onde o utilizador está virado e posiciona nesse local o cursor do rato. Quando o utilizador fecha os olhos, a aplicação interpreta essa acção como se isso significasse o premir do botão do rato.

 Para escrever sem as mãos, utiliza-se um vulgar teclado virtual no ecrã. O utilizador só terá que posicionar o cursor do rato na letra pretendida e piscar o olho. De imediato a tecla seleccionado será enviada para a aplicação.

 Esta tecnologia tornou possível que pessoas com deficiências motoras graves possam utilizar qualquer programa instalado no computador, como navegar na Internet, fazer chamadas de telemóvel, conversar em chats ou fóruns, escrever em processadores de texto, entre outras.

 Objectivo: ajudar pessoas com deficiências motoras

O projecto Magic Key começou há cerca de cinco anos. Luís Figueiredo, engenheiro de comunicações e telecomunicações pensou que poderia utilizar as potencialidades das novas tecnologias para melhorar a vida de pessoas com deficiências. "Queria que pudessem interagir com um computador de uma forma fácil, simples e económica", explica, acrescentando que, no caso dos equipamentos comandados apenas com o olhar, o grande investimento monetário está na câmara de alta-definição que tem de se aplicar ao computador.
Pensou em conjugar o mundo da electrónica, comunicações e informática e aplicá-lo às necessidades de pessoas com deficiência e fortemente incapacitadas. Luís Figueiredo, o responsável do projecto "Magic Key", afirma que vai até onde a imaginação e a criatividade o levar. Todavia, e apesar do apoio da Fundação PT, têm-se deparado com dificuldades para conseguir mais apoios financeiros que sustentem a investigação. "Estamos num Instituto Politécnico que ainda por cima fica no interior e nem sempre a investigação nestas unidades é bem apadrinhada. Não é fácil convencer as entidades. Prova disso é a Fundação para a Ciência e Tecnologia que nunca nos apoiou". As vendas dos produtos e serviços que desenvolvem são imediatamente investidas na investigação", explica. Garante que estão abertos à participação de empresas nos projectos de investigação mas avisa: "desde que entendam que o princípio deste projecto não é fazer lucros financeiros. Existem outros tipos de lucros, como ajudar as pessoas com graves deficiências".

Cada caso é um caso: não há duas pessoas iguais e cada uma tem as suas necessidades especiais. "É fundamental receber o retorno dos utilizadores para podermos adaptar a tecnologia a cada um", explica.

 "Se tivéssemos design e marketing seria uma grande ajuda para tornar os produtos melhores e divulgar os nossos projectos. Para já interessa-nos a funcionalidade mas é importante, de futuro, adicionar um design mais apelativo e que se possa adequar melhor às necessidades do utilizador", diz.

 Para saber mais ou pedir informações sobre o projecto Magic Key consultar: http://www.magickey.ipg.pt/

 

(in Expresso on-line - 5 de Maio de 2010)

 

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"É necessário promover mais informação"

 

Sara R. Oliveira| 2010-05-05

 

Carla Vieira Faria, fundadora do site www.ajudas.com, refere que a sociedade portuguesa tem ainda muito a aprender sobre reabilitação e ajudas técnicas a pessoas com deficiências.

Carla Vieira Faria é especializada em desenvolvimento web acessível e formadora na área. É também investigadora e técnica de reabilitação ao nível das tecnologias e fundou o www.ajudas.com há cinco anos. Um site com muita informação acessível a todas as pessoas, aos cidadãos portadores de deficiência. Um portal sobre reabilitação e ajudas técnicas, que promove iniciativas solidárias. E é o único portal nacional e mundial a oferecer brinquedos e computadores adaptados a crianças jovens e adultos com deficiência.

Privilegia-se a parceria. "Em Portugal, existe a cultura de cada um fazer por si e isso é o que tentamos demonstrar que não resulta" - revela. Dedica-se a desenvolver soluções universais e acessíveis a todos. Tem, por isso, uma empresa que desenvolve tecnologia para equipamentos móveis, para que a informação esteja sempre disponível.


Rigor, bons conhecimentos, saber quais os constrangimentos no acesso à informação. Tudo é importante para construir
sites acessíveis a deficientes. "Cada pessoa pode ter necessidades muito diferentes e, infelizmente, em Portugal não se trabalha para um conjunto de pessoas. Pensa-se num caso e faz-se para esse caso" - alerta Carla Vieira Faria.

EDUCARE.PT: O que a levou a fundar o portal www.ajudas.com? Quais os objectivos desta plataforma?
Carla Vieira Faria: Na altura, em 2005, a informação concentrada num só local era inexistente como infelizmente ainda hoje acontece. Senti necessidade por todos os motivos pessoais e profissionais - sou investigadora e técnica de reabilitação ao nível das tecnologias - de criar um espaço onde, no fundo, se aglutinassem várias valências: informação, serviços, iniciativas, divulgação de organizações não governamentais, projectos nacionais e internacionais, etc. Posteriormente nasceram outros espaços, como a bolsa de emprego e o espaço para seniores. Este e outros espaços vão nascendo devido à escassez de sítios acessíveis a todas as pessoas, refiro-me à acessibilidade web e electrónica segundo as normas internacionais W3C, o que, infelizmente, condiciona o acesso à informação de cidadãos com deficiência.

E: Um portal sobre reabilitação e ajudas técnicas. Quem é o público-alvo?
CVF: O nosso público, neste momento, é todas as pessoas. Cada vez mais o ajudas.com tem visitantes muito diferenciados: desde pais e familiares de pessoas com deficiência, a pessoas seniores ou familiares e técnicos das mais diversas valências.

E: Que serviços presta e a que níveis?
CVF: O ajudas.com, por si só, não presta serviços nem vende nada. Quem o faz, e recomendamos, são os nossos parceiros. O ajudas.com tem como missão informar, encaminhar, ajudar, promover, apoiar sem que isso signifique para o visitante pagar ou ter acesso a serviços directos. Os parceiros que estão connosco prestam serviços, vendem produtos, apoiam e encaminham assim que sinalizamos os casos que recebemos todos os dias. O ajudas.com faz, sobretudo, iniciativas solidárias. Somos o único portal nacional e mundial a oferecer brinquedos adaptados - respectivo manípulo sem o qual as adaptações pouco servem - e computadores totalmente adaptados a crianças jovens e adultos com deficiência.

Claro que as ofertas estão dependentes do que nos oferecem e, por isso, estas iniciativas podem ter quebras e não chegar onde desejaríamos, mas não temos orçamento próprio e os parceiros envolvidos nestas iniciativas já fazem o que podem. Precisamos de mais parceiros, gostaríamos que as entidades nacionais, como as fundações que deveriam dar este tipo de resposta neste campo, e nunca nos ajudaram, o passem a fazer de forma oficial e contínua. Em Portugal, existe a cultura de cada um fazer por si e isso é o que tentamos demonstrar que não resulta. O trabalho em parceria para nós é fundamental.

E: Fora da Internet, que intervenções desenvolve?
CVF: Trabalhamos. No meu caso específico, trabalho com tecnologia tendo sempre como premissa o desenvolvimento de soluções universais e acessíveis a todos. Tenho a minha empresa que, neste momento, desenvolve tecnologia para equipamentos móveis. Trata-se de mini-aplicações (widgets) que se instalam no telemóvel e que nos permitem ter acesso às mais diversas informações. Desde informação do local mais próximo, a dados sobre ofertas de emprego passando pelos filmes em cartaz, farmácias de serviço, etc.

E: O feedback tem sido positivo? O site tem sido muito procurado?
CVF: O ajudas.com tem um feedback diário de centenas de e-mails. Tem quatro milhões de visitantes desde Março de 2006. Pelo que nos é dado entender - e confirmámos - é recomendado pelas mais altas entidades nacionais e algumas internacionais nomeadamente do Brasil, Angola, Moçambique e Argentina.

E: Em relação às ajudas técnicas, qual o trabalho que o portal promove?
CVF: Em conjunto com o patrocinador oficial - Grupo Setcom - adapta, produz e oferece algumas ajudas de carácter tecnológico. Com o apoio da Universidade do Minho e do professor Fernando Ribeiro, conseguimos garantir a adaptação de brinquedos, equipamentos electrónicos, à medida e necessidade de cada um. Em relação a ajudas técnicas mais comuns, cadeiras de rodas, camas, software específico que não tenhamos, encaminhamos para entidades que sabemos que podem ajudar.

E: Quais as principais dúvidas que vos chegam?
CVF: Há muitas questões acerca da legislação, apoios ao emprego e soluções ajustadas. Também nos pedem imensos serviços e produtos de qualidade para seniores e pessoas com deficiência. As dúvidas colocam-se sempre acerca da qualidade e eficácia.

E. E que técnicos têm para dar respostas?
CVF: Temos um leque alargado de especialistas na equipa em todas as áreas. E temos os parceiros que nos dão um apoio muito grande e determinante para todas as pessoas.

E: A sociedade tem consciência das dificuldades de quem vive num universo de reabilitação?
CVF: A nossa sociedade tem muito que aprender acerca destes assuntos. Já se sentem evoluções desde que temos a Secretaria de Estado e o novo INR, antigo SNRIPD, Instituto Nacional para a Reabilitação. Estes organismos são muito importantes para que se fale, se debata e se discutam assuntos de deficiência, reabilitação, integração de pessoas com deficiência, seniores, etc. O INR, em particular, é hoje um organismo mais ágil, dinâmico e que já é muito mais conhecido do que o que era. Foi um bom e importante passo para que a sociedade em que vivemos esteja mais actualizada acerca destes temas que, no fundo, são a nossa realidade pois estamos num país que está a envelhecer. E que infelizmente continua a ter inúmeros casos de nascimentos de crianças com deficiência, para além das doenças como Alzheimer, Parkinson, etc., tão frequentes hoje em dia.

E: O que é necessário mudar para compreender os problemas da mobilidade condicionada e das próprias deficiências?
CVF: É necessário promover mais informação. Mas esta informação carece de rigor. Infelizmente notamos que, muitas vezes, se abordam as questões pela rama, não se aprofundam temas, nem se tem um discurso claro e objectivo. Isso penaliza quem quer saber e acaba por não esclarecer.

E: Hoje em dia, há soluções tecnológicas suficientes para pessoas com deficiência?
CVF: Nunca há tudo. Cada pessoa pode ter necessidades muito diferentes e, infelizmente, em Portugal não se trabalha para um conjunto de pessoas. Pensa-se num caso e faz-se para esse caso. Isto é contra o que defendo. Hoje temos de pensar de forma mais profissional, não resolver problemas no agora. Temos de planear, pensar que temos de conceber soluções para pessoas muito diferentes. É isso que fazemos no ajudas.com. É isso que faço na minha vida e promovo na minha empresa.

E: Que cuidados se deve ter na construção de sites que sejam acessíveis a portadores de deficiência?
CVF: Ser rigoroso, conhecer o que são, de facto, os constrangimentos no acesso à informação e o que os provoca, ter largos e bons conhecimentos de programação, não se acomodar a "pacotes pré-feitos", pensar no backoffice e fazer sites que possam ser actualizados por pessoas com deficiência ou baixa literacia tecnológica, saber o que são e utilizar tecnologias de apoio.

E: A nível pedagógico, há material tecnológico disponível para um público com características especiais? O que falta fazer?
CVF: Existe muito pouco e o que existe, como o que eu e o meu marido, Pedro Ivo Faria, fizemos e foi largamente premiado - recebemos, ao todo, 14 prémios nacionais e internacionais -, não foi divulgado nem apoiado por nenhuma instituição ou organismo nacional. Hoje em dia, o software pouco se vende, apesar de continuarmos com muito pedidos diários, como é o exemplo do Pocket Voice - que devido à existência de outros produtos mais complexos e pouco user-friendly voltou a ser muito solicitado.

E: O que a levou a "mergulhar" nesse mundo da reabilitação e das soluções tecnológicas a pensar nas pessoas com deficiência?
CVF: Questões pessoais, profissionais e o forte desejam que sempre tive de fazer por todos e para todos!

 

As escolhas de Carla Vieira Faria

Um autor
Eça de Queirós.

Um político
Professor doutor David Justino e professor Cavaco Silva.

Uma viagem
Todas as que puder a Angola. Ajudar a minha terra a crescer será sempre um objectivo que tentarei concretizar.

Uma memória de infância
A minha terra: Luanda.

Um sonho por realizar
Criar espaços que sejam locais inclusivos para todos, que funcionem sete dias por semana. Estas soluções não existem porque pensar em ser inclusivo, ter este tipo de serviço, tem uma conotação: é caro e nunca sabemos se é, de facto, bom e seguro. O projecto que gostaria de implementar é o exemplo de muitos que existem lá fora: que promova a diversidade de actividades e o acesso a todos, propicie a interacção entre gerações e disponha de um espaço sem "barreiras". Tudo isso e um parque infantil acessível.

 

 

 

Universidade de Coimbra • Administração

Departamento Académico • Divisão Técnico-Pedagógica

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