Deitando mais uma acha para a fogueira, chamo a atenção
que, no que aos arquivos digitais diz respeito, não é só com a durabilidade
do suporte que nos devemos preocupar: há também que ter em conta a actualização
dos formatos. Se os formatos standard nos dão alguma segurança (tif, pdf, ...),
guardar um determinado ficheiro numa das primeiras versões de AutoCad, por
exemplo, pode ter pouco valor de arquivo. De que serve cuidadosamente copiar
esse ficheiro para suportes cada vez mais actualizados se, na entidade que gere
esse arquivo, não há uma única máquina com uma aplicação capaz de o
abrir?...
Saúdo esta discussão saudável sobre um tema a que nós
arqueólogos somos (ou deveríamos ser?) particularmente sensíveis. E espero
que o legislador ande atento a esta lista de discussão, no momento em que se
prepara (diz-se...) a lei orgânica da "nova" instituição que se supõe terá
a seu cargo, entre outras atribuições, a gestão do arquivo da arqueologia
portuguesa.
Maria José de Almeida
De: archport-bounces@ci.uc.pt [mailto:archport-bounces@ci.uc.pt] Em nome de Ricardo Abranches Enviada: 31 de Janeiro de 2007 11:04 Para: 'UNIARQ ALFA'; 'ARCHPORT' Assunto: Re: [Archport] Circular nº4 (revista) do IPA De: UNIARQ ALFA
[mailto:vsg@fl.ul.pt]
Enviada: quarta-feira, 31 de Janeiro de 2007 10:30 Para: ARCHPORT Assunto: Re: [Archport] Circular nº4 (revista) do IPA Sem querer discutir as medidas terminais do IPA (talvez fosse
melhor esperar tempos próximos para iniciativas gerais e de pormenor), não posso
deixar de manifestar o meu apoio genérico à circular, que me parece ainda
demasiado tolerante. Com efeito, para arquivo fotográfico 10x15 cm a 300 dpi é o
mínimo que se pode exigir (convém recordar que 15 cm é a largura da mancha de
uma publicação A4, pelo que a imagem pode assim vir a ser reproduzida sem
«grão»). O que me parece faltar na circular (ainda que não a tenha lido
toda): é ainda a especificação que os ficheiros deveriam ser apenas aceites nos
formatos de origem .raw ou .tif. O tão apreciado .jpeg não tem a qualidade
mínima para arquivo e reprodução e só é usado por alguns arqueólogos por o
acharem «muito leve».
Aos organismos da tutela cabe justamente determinar as regras
do jogo, fundamentando-as, é claro. Já a impressão em papel «de alta qualidade»
parece francamente despropositada, por indefinida. Se a gramagem e as
características do papel fossem indicadas (peso, brilhante, não brilhante...)
seria um pouco diferente e não haveria o subjectivismo óbvio.
De qualquer forma, as imagens fotográficas são indispensáveis,
as impressas para se avaliar o Relatório, as gravadas em CD ou DVD, ou qualquer
outro suporte digital, como forma de preservação da memória de campo. E já
agora: não é verdade que as impressões durem 20 anos...Há tintas da Epson que
estão garantidas para 100 anos, talvez mais do que o planeta dure...E os
suportes digitais, que têm duração longa, mas limitada, têm versões optimizadas
para arquivo...
Como
pode a epson garantir que as suas tintas duram 100 anos se os papeis onde as
mesmas são utilizados podem não durar tanto tempo ? Onde existem testes reais
feitos que nos garantam essas informação? Tal como o suporte de armazenamento,
quem nos garante que os cd e/ou os dvs serão lidos daqui a 20 anos ? Quem não se
lembra das disquetes de 8'' das disquetes de 5/4'' das disquetes de 3/5 '' que
estão a desaparecer.
Eu
se fosse responsável pela gestão de um arquivo estaria preocupado. No caso da
empresa para onde trabalho o espolio fotográfico é arquivado de forma
sistemática em diferentes formatos, e quando vez que surge um novo formato
é feita uma copia para esse novo formato. Por exemplo temos neste momento um
arquivo fotográfico de quase 8 terabytes ( as imagens são guardadas em formato
raw ou tiff) e essa informação esta dividida por 2 servidores de disco rígido, e
por uma enorme colecção de cd e dvs. Todas as imagens estão catalogadas numa
base de dados e na aplicação que usamos para gerir a intervenções feitas pela a
empresa.
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